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Direto das Ruas

Mãe reclama de ventilador vetado em presídio: “como suportar o calor na cela?"

Ela relata que internos passam mal por causa das altas temperaturas

Aline dos Santos | 16/01/2022 10:49
Apelidada de “Federalzinha”, penitenciária foi inaugurada em 19 de agosto. (Foto: Paulo Francis)
Apelidada de “Federalzinha”, penitenciária foi inaugurada em 19 de agosto. (Foto: Paulo Francis)

“Como vai suportar o calor sem um ventilador?”. O questionamento é da mãe de um preso da penitenciária estadual masculina de regime fechado Gameleira 2, a “Federalzinha”, em Campo Grande.

A mulher, que pediu para não ter o nome divulgado, conta que os internos enfrentam as altas temperaturas deste verão em celas sem ventiladores. O eletrodoméstico é barrado nas dependências do presídio.

“Falam que não é permitido. Algumas mães tentam falar com o diretor, mas não são recebidas. Eles passam mal por causa do calor. Nem animal é tratado assim. Imagina ficar dentro da cela sem um ventilador, sem uma água gelada. Lá tem muito moleque”, diz a mulher, se referindo ao fato de que a maioria dos presos é jovem.

Ela afirma que o café da manhã é pão com água ou pão com chá. “Não entendo porque não pode entrar com comida, mas pode deixar dinheiro. Tem mãe que deixa R$ 400”, afirma.

De acordo com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), as celas não têm ventilador porque são bem arejadas e não ha superlotação.

“Não é permitida a entrada de alimentos devido os custodiados já receberem café da manhã, almoço e jantar, diariamente, oferecidos por empresa terceirizada vencedora de licitação e cardápio definido pela nutricionista”, informa a agência sobre a alimentação.

Ainda conforme a Agepen, a penitenciária da Gameleira 2 é destinada, em especial, a presos de alta periculosidade e exige rotina de disciplina diferenciada, que garanta a segurança tanto dos servidores que atuam no local quanto dos internos. Reclamações podem ser encaminhadas para o email ouvidoria@agepen.ms.gov.br.

A penitenciária foi inaugurada em agosto do ano passado. Ao todo, são 78 celas em três pavilhões. A área é de 6.982 m² (metros quadrados) e a obra teve investimentos de R$ 18,5 milhões. O local foi apelidado de “Federalzinha” pelas regras rígidas, numa alusão à penitenciária federal de Campo Grande, destinada aos presos mais perigosos do Brasil.

Direto das Ruas - A denúncia chegou ao Campo Grande News por meio do canal Direto das Ruas, meio de interação do leitor com a redação.

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