Próximo ao córrego, área verde virou depósito de lixo ao ar livre
Na Avenida Jorge Chaia, sofá, entulho e plástico integram o cenário na região do Bairro Piratininga
Entulho, restos de embalagens, madeira, pneus e eletrônicos estão entre os diversos tipos de lixo jogados próximo ao Córrego Bandeira. Esse foi o cenário flagrado pela reportagem na tarde desta segunda-feira (24) em diversos trechos da Avenida Jorge Chaia, que incluem uma APP (Área de Preservação Permanente).
RESUMO
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Entulho, restos de embalagens, madeira, pneus e eletrônicos são encontrados próximos ao Córrego Bandeira, na Avenida Jorge Chaia, em Campo Grande. Moradores relatam que o problema persiste há anos, com lixo sendo descartado por moradores de rua que vivem na área. A situação piorou com o tempo, apesar de limpezas esporádicas pela prefeitura. Moradores sugerem que uma pista de corrida poderia resolver o problema. A prefeitura ainda não se manifestou sobre o caso.
Esse caso foi sugerido por leitor que enviou mensagem pelo canal Direto das Ruas.
O encontro da avenida com as Ruas da Divisão, Anchieta, Tupã e Estevão Alves Ribeiro está entre os pontos mais críticos devido ao excesso de lixo. Quem mora há décadas na região comenta que nem sempre a área verde dividiu espaço com a sujeira atual.
Dalmir Bezerra Lima, de 53 anos, e a esposa Silvana Costa Lima, de 48 anos, moram no Bairro Piratininga há mais de duas décadas. O motorista comenta que há “mais de anos” que o problema ocorre, causando, eventualmente, o surgimento de animais. “Às vezes aparece gambá, ratazana”, afirma.
Sobre a origem do lixo, Silvana conta que algumas pessoas, moradores de rua, coletam materiais pela cidade e depois os levam para a área próxima ao córrego. “Eles moram aí, então catam as coisas, vão fazer a separação e jogam embaixo [do córrego]”, diz.
A dona de casa também comenta que, anos atrás, o local costumava ser limpo, mas a situação mudou. "Limpavam tudo, tanto que tínhamos visão do outro lado. Mas foram relaxando, a prefeitura foi deixando, aí abandonaram tudo", completa.
Dalmir já levou a situação para o líder comunitário, mas nunca recorreu diretamente à prefeitura. Ele afirma que uma solução deveria ser tomada. “O certo era limpar, porque isso aí era limpo, era cartão pessoal”, pontua.
Ainda na Avenida Jorge Chaia, na esquina com a Rua da Divisão, restos de materiais de construção estão amontoados, espalhados bem perto do córrego. Ali, até uma placa de veículo foi abandonada. Na rua, nem o bueiro escapou de ser alvo do descarte irregular de lixo.
Anatanael Ferreira, de 51 anos, é proprietário de uma empresa na avenida. Ele relata que, em determinado período, chegou a fazer a limpeza por conta própria. “Era eu que roçava essa beirada aqui”, conta. Segundo ele, mais de quatro pessoas vivem irregularmente próximo ao córrego. “Mora gente e esse pessoal vai trazendo o lixo”, explica.
Para o empresário, além da limpeza, um investimento público poderia solucionar o problema. “Se fizeram uma pista de corrida que chega até o Lago do Amor, seria maravilhoso”, destaca.
Uma placa com a frase “Proibido Jogar Lixo” chama a atenção no trecho da avenida próximo da Rua Estevão Alves Ribeiro. Acima dela, em uma árvore, alguém colocou uma câmera de segurança antiga. Ela não funciona, assim como o aviso. Ao redor, vasilhas de plástico, sacos, baldes e outros tipos de lixo poluem ou locais.
Jorge Rocha, de 58 anos, também tem um negócio na avenida. O empresário enfatiza que a maior parte dos resíduos é deixada pelos moradores de rua. "A maioria desse lixo aí é dos andarilhos. São pessoas carentes que vão juntando, não é do pessoal da vila. Isso já tem mais de dez anos", relata.
Segundo ele, equipes da prefeitura já cortaram o mato no entorno do córrego, mas nunca retiraram o lixo. "Fazem a limpeza normal, mas da beira do córrego, não. Nunca vi", afirma.
A reportagem flagrou pelo menos dois barracos improvisados às margens do Córrego Bandeira. Um deles feito com lona, enquanto o outro foi montado com restos de madeira.
Procurada, a Prefeitura de Campo Grande não se manifestou sobre o caso até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto.
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