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Economia

Atraso nos portos eleva em 66% o custo do frete da soja que sai de MS

Nícholas Vasconcelos | 22/03/2013 19:43
Espera já elevou frete em R$ 80 e diminuiu preço da saca em R$ 2. (Foto: Divulgação)
Espera já elevou frete em R$ 80 e diminuiu preço da saca em R$ 2. (Foto: Divulgação)

O atraso para descarregar nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) aumentou em R$ 80 o custo total do frete da soja que sai de Mato Grosso do Sul. Segundo o sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), o valor da tonelada passou de R$ 120 para R$ 200. Ou seja, o encarecimento do produto em 66%, reduz a competitividade do produto sul-mato-grossense no mercado internacional.

A demora para carregar os navios fez com que a China deixasse de comprar 2 milhões de toneladas de soja brasileira. A medida também causa reflexos em MS e provoca a queda em R$ 2 pelo preço da saca de 60 kg.

“É necessária uma atitude imediata, para que nos próximos anos os produtores não sofram os mesmos problemas que enfrentamos hoje”, analisou o diretor do Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), Lucas Galvan. Ele lembra que o prazo para a instalação de um porto gira em torno de sete anos.

Com as dificuldades logísticas, parte da produção da safra 2012/13 do Estado ficará retida dentro de MS, o que poderá provocar aumento da oferta de produto, diminuindo o preço, que hoje é de R$ 50. E caso a soja não seja totalmente exportada até o início da colheita do milho safrinha, MS poderá ultrapassar seu limite de armazenagem.

O presidente da Aprosoja/MS, Almir Dalpasquale, lembra que o prejuízo dos produtores sul-mato-grossenses está ligado diretamente à ineficiência logística do Brasil e que se os navios com soja não forem liberados, haverá impacto na safra do milho.

“É uma pena chegarmos nesse nível após tantos anos alertando quanto aos problemas de logística. É uma perda para nação e não só para os produtores”, comentou.

De acordo com a Famasul, aproximadamente 75% do volume da soja do Estado foi exportado via Paranaguá e Santos, condição que deve se repetir no escoamento desse ano. Os portos de São Francisco do Sul (SC), Vitória (ES) e São Luís (MA) respondem pelas demais 25% da soja escoada de MS.

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