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Economia

Com aprovação da isenção de IR, Fiems cobra ajuste no Senado para proteger setor

Entidade apoia medida para salários de até R$ 5 mil, mas critica aumento de imposto para empresas

Por Kamila Alcântara | 04/10/2025 10:57
Com aprovação da isenção de IR, Fiems cobra ajuste no Senado para proteger setor
Sede da Fiems na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande (Foto: Paulo Francis | Arquivo)

A proposta aprovada pela Câmara dos Deputados que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para pessoas com rendimento de até R$ 5 mil dividiu opiniões no setor econômico. Em nota publicada nesta sexta-feira (3), a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) reconhece o avanço social da medida, mas faz um alerta sobre os impactos no setor produtivo.

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A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) manifestou preocupação com a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para rendimentos até R$ 5 mil. Embora reconheça o avanço social, a entidade alerta sobre impactos no setor produtivo. O presidente da Fiems, Sérgio Longen, defende a isenção, mas critica o mecanismo de compensação que cria novas cargas tributárias sobre empresas. A federação teme perda de competitividade e migração de empresas para países vizinhos, aguardando ajustes no texto durante análise no Senado Federal.

Segundo a entidade, a correção da tabela representa um alívio para milhões de trabalhadores e corrige uma distorção histórica. No entanto, o mecanismo adotado para compensar a renúncia fiscal preocupa. Isso porque o texto aprovado inclui dispositivos que criam novas cargas tributárias sobre empresas.

“Defendemos plenamente a isenção para quem ganha até R$ 5 mil, mas não podemos aceitar que esse benefício seja financiado com aumento de tributos sobre quem produz. Essa inversão prejudica a geração de empregos e reforça a migração de empresas para outros países, como o Paraguai, onde os custos de produção são menores,” afirmou o presidente da Fiems, Sérgio Longen.

A federação aponta que a perda de competitividade pode afetar investimentos e a manutenção de postos de trabalho no Brasil. A expectativa agora recai sobre o Senado Federal, responsável por revisar o texto aprovado na Câmara.

“Esperamos que os senadores avaliem com responsabilidade os impactos dessa medida para que a política fiscal não continue afastando investimentos e empregos do Brasil”, concluiu Longen.

Isenção - A proposta que motivou a manifestação da Fiems foi aprovada pela Câmara dos Deputados nesta semana. O Projeto de Lei 1087/25, de autoria do Poder Executivo, amplia a faixa de isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) para rendimentos de até R$ 5 mil por mês e segue agora para análise do Senado.

Para compensar a renúncia fiscal, o texto cria um patamar mínimo de 10% de cobrança do IR (Imposto de Renda) sobre contribuintes com rendimento tributável superior a R$ 600 mil por ano, atingindo cerca de 141 mil pessoas físicas de alta renda. Atualmente, esse grupo paga, em média, 2,5% de alíquota efetiva, enquanto trabalhadores em geral desembolsam entre 9% e 11% de seus ganhos.

As reduções para a faixa de até R$ 5 mil valerão também para o 13º salário, que tem tributação exclusiva na fonte, além de se refletirem tanto na declaração completa quanto no modelo simplificado, cujo desconto será elevado de R$ 16.754,34 para R$ 17.640.

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