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Economia

Com reforço das Relações Exteriores, MS retoma negociação com Bolívia sobre gás

Paulo Nonato de Souza e Mayara Bueno | 25/10/2017 17:23
O presidente da MSGás, Rudel Trindade, o secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, e o Subsecretário-Geral de Assuntos Econômicos Latino-Americanos e Caribenhos, do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson na reunião desta quarta-feira em Campo Grande (Foto: Mayara Bueno)
O presidente da MSGás, Rudel Trindade, o secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, e o Subsecretário-Geral de Assuntos Econômicos Latino-Americanos e Caribenhos, do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson na reunião desta quarta-feira em Campo Grande (Foto: Mayara Bueno)

As negociações do Governo de Mato Grosso do Sul com o Governo da Bolívia para a importação direta de gás natural ganharam o reforço do Subsecretário-Geral de Assuntos Econômicos Latino-Americanos e Caribenhos, do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson. Sua primeira missão será intermediar um encontro para tratar do tema entre o governador Reinaldo Azambuja e o presidente boliviano, Evo Morales, na próxima segunda-feira, às 15h30, em Brasília.

O sucesso de um acordo para a compra direta de gás boliviano representa, na prática, antecipar a renovação do contrato do Gasoduto Brasil-Bolívia, conhecido por Gasbol, que só irá vencer em 2019, e ainda poderá resultar na construção da termelétrica de Ladário, na divisa de Mato Grosso do Sul com a Bolívia.

Na tarde desta quarta-feira, 24, João Carlos Parkinson participou de reunião na sede da MSGás, em Campo Grande, com o presidente da estatal e o secretario estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, para tomar pé das negociações com a Bolívia que se arrastam desde a década de 1990.

“Na nossa fronteira com a Bolívia já existe um gasoduto pronto para receber a termelétrica de Ladário. Este é um projeto de muitos anos, e o Governo do Estado está intensificando o trabalho no sentido de viabilizar o que for preciso para que se torne realidade, mas isso envolve a Bolívia como fornecedora de gás, e temos agora a ajuda do ministro Parkinson para que ele possa nos ajudar na relação com o governo boliviano”, disse o secretario Marcelo Miglioli.

No caso de um acordo com o Governo da Bolívia, depois de cumpridas todas as etapas, como licenças ambientais e audiências públicas, a expectativa é iniciar a construção da usina termelétrica no segundo semestre de 2018 para começar a operar em 2023. Há também a previsão de importar de 1 milhão a 1,2 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia para o funcionamento da usina.

“Com a usina em funcionamento vamos ter recolhimento de ICMS, geração de empregos e desenvolvimento da região de fronteira com a Bolívia”, comentou Miglioli.

O presidente da MSGás, Rudel Trindade, disse que o grupo baiano GPE (Global Participações em Energia) mantém interesse em investir na termelétrica de Ladário e para isso até já conta com licença ambiental. O grupo obteve licença ambiental prévia para os estudos de implantação de uma usina termelétrica a gás natural em Ladário em janeiro deste ano, inclusive com estimativa de investimento de R$ 900 milhões.

“Esse grupo baiano já tem um projeto consolidado e está apto a participar do leilão de energia da Aneel no dia 20 de dezembro, mas o último entrave para se habilitar para participar do leilão é justamente o fornecimento do gás boliviano”, comentou Rudel.

Segundo ele, a instalação da termelétrica será facilitada pelo uso do ramal de gás natural com 40 km de extensão construído na década de 1990 para abastecer uma usina do extinto grupo MMX que consumiu investimento de R$ 60 milhões e não chegou a entrar em operação por falta de licença ambiental.

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