ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JUNHO, SÁBADO  07    CAMPO GRANDE 23º

Economia

Do lado de lá da ponte, Carmelo Peralta planeja futuro de milhões de dólares

A meta é ser uma nova Ciudad del Este, que faz fronteira com Foz do Iguaçu

Por Aline dos Santos | 10/12/2024 11:37
Do lado de lá da ponte, Carmelo Peralta planeja futuro de milhões de dólares
Carmelo Peralta é a primeira cidade paraguaia na Rota Bioceânica. (Foto: Henrique Kawaminami)

A empolgação com a obra da ponte bioceânica, que vai fazer a integração rodoviária entre o Brasil e o Paraguai, não é restrita a Porto Murtinho. A cidade de Carmelo Peralta, do outro lado da fronteira, planeja um futuro de milhões de dólares.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

A cidade paraguaia de Carmelo Peralta, localizada na Rota Bioceânica, se prepara para um significativo crescimento econômico com a conclusão da ponte que conectará o Brasil e o Paraguai em março de 2026. Atualmente com uma população entre 3.500 e 4.000 habitantes, a cidade espera um aumento populacional significativo nos próximos 10 anos, impulsionado pelo aumento do comércio e turismo gerado pela nova rota de integração entre o Atlântico e o Pacífico. As obras da rodovia e da ponte já geraram milhares de empregos e atraíram novos negócios, transformando a economia local que antes dependia principalmente do turismo.

Atualmente, a conexão entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta é exclusivamente pelo caminho das águas: é preciso cruzar o Rio Paraguai com embarcações ou balsa (que permite a travessia de veículos).

Com a inauguração da ponte, prevista para março de 2026, será muito mais fácil seguir viagem na Rota Bioceânica, que vai integrar mercadorias e pessoas num roteiro que inclui Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. O trajeto une os oceanos Atlântico (Brasil) e Pacífico (Chile).

O município de Carmelo Peralta surgiu em 1937, mas precisamente a partir de Isla Margarita, a ilha que fica de frente para Porto Murtinho, mas separados pelo rio. As cheias recorrentes forçaram a migração da ilha para o continente.

De acordo com a vereadora María Fátima Duarte, a população de Carmelo Peralta oscila entre 3.500 e 4 mil habitantes. Já em Porto Murtinho, conforme o último Censo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são 12.859 habitantes.

Do lado de lá da ponte, Carmelo Peralta planeja futuro de milhões de dólares
Ponte em construção vai ligar Porto Murtinho e a cidade vizinha de Carmelo Peralta. (Foto: Reprodução)

“Sonhamos com um crescimento como Pedro Juan Caballero. Ou melhor, Ciudad del Este. Acreditamos que vamos chegar a um crescimento bastante grande dentro de 10 anos. Com orçamento municipal de 10 milhões de dólares”, afirma a vereadora. A citada Ciudad del Este fica na fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná.

Por enquanto, Carmelo Peralta tem orçamento anual que varia de 900 mil dólares a um milhão de dólares. Porém, as obras para a Rota Bioceânica já se refletem na cidade.

Do lado de lá da ponte, Carmelo Peralta planeja futuro de milhões de dólares
Carmelo Peralta fica às margens do Rio Paraguai. (Foto: Henrique Kawaminami)

“Vem movimentando muito dinheiro desde a construção da rodovia até a ponte”, diz a vereadora. A cidade recebeu novos comerciantes, como nos segmentos de restaurantes e borracharia.

Há cinco anos, o turismo, fomentado pelos visitantes brasileiros, era disparado a principal atividade econômica em Carmelo Peralta, com vagas para piloteiros de barco e comércio de iscas, por exemplo. As demais atividades eram comércio e agricultura.

A primeira onda de geração de empregos veio com as obras da rodovia da Rota Bioceânica. Conforme a vereadora, foram 1.500 postos de trabalhos para homens e mulheres. A construção da da ponte tem 300 trabalhadores.

Do lado de lá da ponte, Carmelo Peralta planeja futuro de milhões de dólares
Estrutura da ponte bioceânica, avistada do Rio Paraguai. (Foto: Henrique Kawaminami)

O município também abriga um projeto privado de reflorestamento, que emprega 300 pessoas e tem sede na Holanda. As mudas são exportadas para a Europa.

No aspecto econômico, o corredor vai encurtar as exportações para a Ásia: soja, celulose, carnes, minério de ferro. Contudo, além de commodities, o corredor rodoviário abre caminho para o turismo.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias