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Economia

Falta de bois não deve impedir Estado de exportar carne para os EUA

Renata Volpe Haddad | 30/06/2015 17:42
Falta de boi gordo no mercado não interfere na comercialização de carne bovina para os EUA. (Foto: Claudio Vaz/Divulgação)
Falta de boi gordo no mercado não interfere na comercialização de carne bovina para os EUA. (Foto: Claudio Vaz/Divulgação)

Apesar de Mato Grosso do Sul estar enfrentando problemas no setor pecuário, como o aumento de abate de matrizes nos últimos anos, falta de boi gordo no mercado e fechamento de alguns frigoríficos, especialistas afirmam que o Estado tem capacidade de exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos. A quantidade ainda não foi definida, mas a oportunidade serve de vitrine para novos negócios.

Quem afirma isso é a gestora do Departamento de Economia do Sistema Famasul, Adriana Mascarenhas. Ela comenta que Mato Grosso do Sul deve exportar um valor considerável, e a avaliação é positiva. “Eu avalio dois pontos bons nesse processo. O primeiro é que os EUA são um mercado em potencial porque serve de vitrine para outros países e o segundo é que já que os Estados Unidos são conhecidos por ser rígido com questões sanitárias, significa que vencemos essa barreira”, afirma.

Sobre a crise no setor que atinge o Estado, como falta de bois para abate e fechamento de frigoríficos, a gestora comenta que isso não vai interferir na exportação. “Se formos comparar a exportação do ano passado com a de 2015, percebemos que está menor, além do consumo interno também ter diminuído. O cenário é sim de restrição de oferta, mas o setor recebe como notícia excelente a abertura do mercado americano”, define.

Qualidade - Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Leonardo Nieto, os americanos estão habituados ao consumo de carnes nobres, mas poderão se surpreender com a pecuária brasileira, só que isto dependerá do empenho dos criadores de bovinos. “Uma das soluções que Mato Grosso do Sul pode apresentar para agradar o mercado externo é o abate precoce de Nelore, por exemplo, raça produzida em grande escala que se destinada à indústria ainda jovem, apresenta uma carne macia e saborosa”, considera.

Para atender o novo mercado, o criador da Camapuã, Bruno Grubisich, aposta no cruzamento industrial de raças europeias com a Nelore. “Há algum tempo olhamos para esse nicho de produção de carne premium, mas com a abertura dos Estados Unidos, fica mais evidente e urgente a demanda de proteína com grau de sangue taurino mais acentuado. No Brasil já existe uma demanda considerável que nos direcionou na seleção genética apurada que agora tem total potencial de atender o paladar americano”, destaca.

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