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Economia

Frigoríficos demitem 1,5 mil funcionários em 90 dias em MS

Renata Volpe Haddad | 08/06/2015 13:45
Duas unidades da Fibrasil encerraram as atividades em Caarapó e Naviraí. (Foto: Divulgação/Fibrasil)
Duas unidades da Fibrasil encerraram as atividades em Caarapó e Naviraí. (Foto: Divulgação/Fibrasil)

Em 90 dias, 1,5 mil demissões ocorreram nos frigoríficos de carne bovina de Mato Grosso do Sul. Desde o começo do ano, 14 unidades fecharam as portas ou deram férias coletivas para os trabalhadores. Agora, mais três unidades em Iguatemi, Eldorado e Corumbá, estão com previsão de férias coletivas. 

Em abril, o frigorífico Beef Nobre em Campo Grande, anunciou o encerramento das atividades. Com o fechamento cerca de mil pessoas ficaram sem emprego. Segundo o presidente da Assocarne (Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carnes de Mato Grosso do Sul), João Alberto Dias, há informação de que a unidade seria vendida para uma rede maior, mas nada oficial foi divulgado.

As unidades da Fibrasil, em Caarapó e Naviraí, anunciaram o encerramento das atividades, e outras duas empresas do Estado correm risco de fazer o mesmo e todos os demais passam por situação difícil. “São menos 1,5 mil empregos diretos, foram os empregos indiretos que deixaram de existir. Os fatores que contribuem para que isto esteja acontecendo além da alta e da falta do boi gordo, os produtores do Estado estão migrando para outras culturas, como eucalipto e cana-de-açúcar e o abate de matrizes que aconteceu em anos anteriores”, finaliza.

Sobre os frigoríficos de frango e suíno, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Frigoríficos de MS, Rinaldo Salomão afirma que a situação é de preocupação. “Vamos fazer um mapa real do que está acontecendo em Mato Grosso do Sul, para analisar qual posição vamos precisar tomar, mas os trabalhadores estão preocupados”, comenta.

Nacional - A situação está complicada no país todo. Frigoríficos estão suspendendo atividades por causa da alta do preço do boi e também pela falta. Em nota, a Assocarne comenta que mais dois frigoríficos anunciaram nesta semana a suspensão de atividades, pressionados por alta do preço e pouca oferta de boi para abate, enquanto o repasse de custos para o consumidor é limitado pela redução do consumo em momento de alta geral dos preços no país.

A JBS, maior processadora e exportadora de carnes do mundo, suspendeu desde o último dia 2 de junho as atividades em sua unidade de Ariquemes (RO), onde trabalhavam 267 pessoas.“O motivo para a suspensão dos trabalhos se deve à baixa disponibilidade de matéria-prima em algumas regiões do país, que tem provocado um sistemático aumento da ociosidade na indústria nacional”, informou a companhia em nota na quarta-feira (3).

Os trabalhadores poderão ser transferidos, se tiverem interesse, para unidades em Rondônia ou outros Estados. A JBS ainda mantém em operação cinco unidades em Rondônia, nos municípios de Pimenta Bueno, Rolim de Moura, São Miguel do Guaporé, Porto Velho e Vilhena.

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