Governo adia anúncio de corte de gastos para a próxima semana
Pacote de redução fiscal será anunciado somente após reunião com Lira e Pacheco
O anúncio do pacote de corte de gastos obrigatórios do governo, que estava inicialmente previsto para esta semana, foi adiado para a próxima, sem data definida. A decisão foi tomada após uma reunião de cerca de três horas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus ministros, realizada na tarde desta sexta-feira (8). Após o encontro, os ministros deixaram o local sem fazer declarações à imprensa.
De acordo com o Palácio do Planalto, ainda não há previsão de quando o pacote será oficialmente anunciado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia afirmado que as medidas seriam divulgadas somente após uma reunião entre o presidente e os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, para que o governo os informe sobre as propostas a serem enviadas ao Congresso.
Após uma semana de intensas reuniões, Haddad retornou a São Paulo na sexta-feira e só deverá voltar a Brasília na segunda-feira (11). A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, permanecerá em Brasília durante o fim de semana para dar continuidade às discussões.
O pacote de corte de gastos deve incluir uma proposta de emenda à Constituição e um projeto de lei complementar, conforme explicou Haddad na última quarta-feira (6). Segundo o ministro, o anúncio depende da resolução de algumas questões jurídicas que precisam ser definidas pelo presidente Lula.
Originalmente, o pacote deveria ser concluído nesta quinta-feira (7), mas Haddad explicou que o fechamento das medidas dependia de dois "detalhes" a serem decididos por Lula, e que a reunião de quinta-feira seria crucial para isso.
Além disso, o Ministério da Fazenda desmentiu, na tarde de quinta-feira, informações sobre a análise de duas medidas fiscais, uma de R$ 15 bilhões para as áreas de saúde e transporte, e outra de R$ 10 bilhões. Segundo a pasta, essas informações não correspondem às discussões em andamento entre a equipe econômica, os ministérios envolvidos e a Presidência da República.
O desmentido oficial da Fazenda causou impacto no mercado financeiro. O dólar, que vinha subindo durante a tarde, teve sua alta revertida após o esclarecimento, encerrando o dia estável a R$ 5,675, com uma leve alta de 0,02%. Por volta das 15h30, a cotação havia atingido R$ 5,71, o maior valor do dia.
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