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Economia

Governo paga salário 29% maior do que recebem servidores no País

O funcionalismo estadual também recebe 144% a mais do que ganha empregado na iniciativa privada no País

Anahi Zurutuza e Fernanda Palheta | 22/05/2019 14:18
Secretário Roberto Hashioka em entrevista ao Campo Grande News (Foto: Henrique Kawaminami)
Secretário Roberto Hashioka em entrevista ao Campo Grande News (Foto: Henrique Kawaminami)

O servidor estadual recebe em média hoje R$ 4.791 – 29% a mais do que ganham de salários os funcionários públicos do restante no Brasil. A média salarial no serviço público nacional é R$ 3.706, conforme a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

O Governo de Mato Grosso do Sul também paga 144% a mais do que recebe em média o funcionário da iniciativa privada, hoje R$ 1.960.

Os levantamentos foram feitos pelo Governo de Mato Grosso do Sul, que mantém técnicos debruçados sobre cálculos para tentar viabilizar o reajuste para os cerca de 75 mil servidores, dos quais 49,5 mil são ativos.

Atualmente, conforme o estudo feito pela SAD (Secretaria de Estado de Administração), 414 servidores têm remunerações que variam de R$ 25.001 a R$ 30 mil, enquanto 294 têm salário de R$ 854. Neste último caso, todos são aposentados e recebem complementação para não ter o salário abaixo do mínimo (R$ 998) e mais o abono.

A maior parte dos servidores – 19.622 – recebe entre R$ 2.501 a R$ 5 mil. Os grupos que têm salário menor que esta faixa – entre R$ 1.501e R$ 2,5 mil – e os que têm remuneração maior – entre R$ 5.001 e R$ 7,5 mil – são formados por cerca de 8 mil funcionários cada (veja no gráfico).

Arte: Ricardo Gael
Arte: Ricardo Gael

Análise - O secretário de Estado de Administração, Roberto Hashioka, afirma que o levantamento escancarou a desigualdade salarial dentro do serviço público estadual e admite que é preciso rever as carreiras do serviço público estadual.

“Temos que encurtar a distância entre a base da pirâmide salarial com o topo, isso só é possível revendo com as carreira mais impactadas com os menores salários. Nem sempre na revisão geral atende”, disse o secretário.

O chefe da SAD defende que o reajuste linear não é a solução, uma vez que aplicando um percentual só, os que recebem menos, ganham menos e os com as maiores remunerações acabam sendo mais privilegiados.

Para quem ganha R$ 30 mil, hipotético acréscimo de 3% no salário, corresponderia a R$ 900, enquanto para quem tem R$ 1 mil de pagamento depositado, o percentual representa R$ 30, exemplificou. “Quando você tem uma tabela bastante desigual como nós temos, isso acaba aumentando mais ainda a distância da base com o topo. Nós temos que trabalhar para diminuir essa desigualdade”, reforça.

O secretário admite a importância, principalmente para os têm salário menor, do pagamento do abono de R$ 200. Mas voltou a dizer que o governo já tem folha de pagamento no limite prudencial recomendado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o que pode inviabilizar o aumento anual.

“O Governo está acima do limite prudencial, temos dificuldade de fazer eventuais ações nesse sentido, entendemos que o abono é muito importante para aqueles que ganham menos. Mas o governo tem que concentrar seus esforços para que, em um futuro próximo, possa discutir com as carreiras que estão nas menores faixas, assim que for possível”, aponta. Hashioka ainda reforça que para que isso aconteça é necessário ter um aumento nas receitas do Executivo. 

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