ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, DOMINGO  24    CAMPO GRANDE 29º

Economia

Greve prejudica população e surpreende os mais desavisados

Luciana Brazil | 30/09/2014 13:22
Maria Diniz não consegue sacar benefício por causa de greve. (Foto: Marcelo Calazans)
Maria Diniz não consegue sacar benefício por causa de greve. (Foto: Marcelo Calazans)
Greve foi deflagrada hoje em todo país. Agência do Banco do Brasil na Avenida Afonso Pena. (Foto: Marcelo Calazans)
Greve foi deflagrada hoje em todo país. Agência do Banco do Brasil na Avenida Afonso Pena. (Foto: Marcelo Calazans)

Com a greve dos bancários, que começou nesta terça-feira em todo país, a população começa a enfrentar os problemas gerados pela paralisação. Com as portas fechadas, os serviços bancários ficam restritos aos caixas eletrônicos, mas nem tudo pode ser resolvido nos ramais. E ainda teve gente desavisada, que foi pega de surpresa ao chegar nas agências do centro de Campo Grande.

A dona de casa Valeria Nunes Palma, 41 anos, não sabia da greve e chegou animada na agência para abrir uma conta para filha de 15 anos. “Eu precisava abrir uma conta para minha filha porque vou viajar. Agora não sei o que fazer”, disse.

Logo após o horário de abertura dos bancos, às 11 horas, o movimento nos caixas eletrônicos estava calmo. "Muita gente ficou sabendo e já evitou de vir ao banco, deixando para resolver as coisas nos correspondentes bancários ou em outros horários", disse o diretor do Sindicato dos Bancários, Ademir Koki Tibana.

Quem também não se deu bem com a paralisação foi Maria Diniz, 55 anos. Ela está afastada do trabalho depois de sofrer um acidente. Desde então, recebe auxílio-doença pelo banco Bradesco. O benefício era sacado por ela sem o cartão, no caixa, mas com a agência fechada por causa da greve, ela não consegue retirar o dinheiro, R$ 724.

Segundo ela, onde o benefício é depositado pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), o saque pode ser feito sem cartão. Já em outra agência, o cartão é exigência. “A agência onde eu recebo está fechada, e onde está aberto, preciso do cartão para sacar”, disse.

Por ironia, Maria afirma que já havia pedido o cartão, justamente para se precaver nessas situações. No entanto, o cartão ainda não tinha chegado e Maria encontrou a agência fechada na manhã de hoje, ficando sem o dinheiro. “E o pior que eu pago aluguel da minha casa. Eu assisto jornais, mas não sabia da greve. Só se fala de política na televisão”, reclama ela.

A presidente do Sindicato dos Bancários, Iaci Torres, admite que a greve deve prejudicar a população de modo geral, mas lembra que as agências que não estão abrindo nesta manhã devem adotar procedimentos para minimizar os prejuízos causados aos clientes. “Esse trabalho faz parte dos planos emergenciais das agências bancárias. O sindicato já fez a parte de informar a todos desde a semana passada e agora os bancos que estão paralisando precisam estabelecer o máximo de atendimento à população”, garante.

Paralisação- Das 40 agências bancárias do centro em Campo Grande, 80% está fechada. De acordo com o sindicato, as agências que não abrirem ao público têm planos emergenciais e por isso não deve faltar atendimento ou dinheiro nos caixas eletrônicos nos primeiros dias de paralisação. De acordo com a presidente da entidade, como o abastecimento dos caixas eletrônicos é terceirizado, o serviço continua e não deve faltar dinheiro para saque de imediato.

Os sindicalistas lembram que Correios e Casas Lotéricas, além de algumas farmácias e supermercados, fazem determinadas transações bancárias.

Reivindicação - Os sindicalistas querem reajuste de 12,5% nos salários, piso salarial de R$ 2.979,25 e aumento maior para os vales refeição, alimentação e auxílio-creche/babá; que estão entre os 20 itens da reivindicação.

Os bancários cobram ainda o fim das dispensas sem motivo, da cobrança por metas, ampliação dos itens do projeto piloto de segurança para todo o Brasil e igualdade de oportunidades na ascensão profissional. Na última reunião com os sindicalistas, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) propôs aumentar de 7% para 7,35% o reajuste salarial. Em todo o país a proposta foi negada.

Nos siga no Google Notícias