Instabilidade climática em MS caracterizou a safra da soja
Dados divulgados pela Fundação MS durante a apresentação de resultados de pesquisas sobre a safra de soja 2013/2014 revelaram que a produção da oleaginosa no Estado foi caracteriza, principalmente, pela instabilidade climática. As regiões de Caarapó e Amambai, por exemplo, foram as mais prejudicadas por causa da sexa e granizo.
A fundação informou que foram conduzidos 23 ensaios de avaliação de cultivares de soja. O estudo apontou que as melhores condições climáticas ocorreram em São Gabriel do Oeste, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia.
O pesquisador de fitotecnia soja, Carlos Pitol, ressaltou que o ano foi favorável para altas produtividades nessas regiões. Em Maracaju, por exemplo, os sojicultores que iniciaram o plantio em 11 de outubro de 2013 conseguiram colher até 81,3 sacas de soja convencional por hectare, neste caso, a BRS 284.
Apesar de não ser nova, a variedade é citada por conta de sua boa produtividade em algumas regiões do Estado. Conforme a fundação, ela apresenta crescimento indeterminado e, por ter um ciclo mais rápido, viabiliza a semeadura do milho safrinha, além de ser resistente a seca e ao nematoide de galha, conhecido como Meloidogyne javanica.
A pesquisa ainda trouxe os cultivares de soja intacta como destaque. Os ciclos podem variar de 97 a 106 dias e as variedades chegam a render de 70 a 74,5 sacas por hectare em Campo Grande. Da mesma forma, exemplares de soja geneticamente modificadas renderam bons resultados na região central do Estado, com uma média de 67 sacas por hectare.
Apesar de a soja ser reconhecida como uma cultura tolerante a seca, algumas perdas de produção são significativas quando há falta de umidade no solo. “Principalmente na região centro-sul, onde o clima se caracteriza com frequentes veranicos e estiagens, a cultura pode ter sua produtividade comprometida. Por isso a importância do plantio direto”, avaliou Pitol.