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Economia

Para sobreviver no Centro, lojista abre uma hora antes e cria promoções

Mariana Rodrigues | 04/06/2015 09:03
Em uma mesma quadra da rua Rui Barbosa, três prédios estão com as portas fechadas. (Foto: Marcelo Calazans)
Em uma mesma quadra da rua Rui Barbosa, três prédios estão com as portas fechadas. (Foto: Marcelo Calazans)

Levantamento realizado no fim de 2014, revela que 40% das empresas da região central de Campo Grande fecharam as portas nos últimos dois anos. Ao andar pela rua Rui Barbosa ou pela Calógeras é possível notar uma sequência de empresas com placas de aluga-se ou vende-se. Para driblar o número menor de consumidores na região e a consequente queda nas vendas, empresários precisam apostar na criatividade e inovação para sobreviver.

É o caso de Valdir José Basso e Ana Paula de Oliveira Pinto, proprietários de uma loja de capinhas para celular. Eles contam que antes de se instalarem na rua Rui Barbosa, há sete meses, fizeram uma pesquisa e viram que ali o aluguel era mais em conta que em ruas próximas e mais movimentadas, como a 14 de julho. Diante disso, eles investiram em ações para fidelizar os clientes.

"Temos um cartão fidelidade, onde o cliente pode ganhar uma película após completar um número X de compras. Também estamos pensando em criar um espaço do tereré na loja. Temos muito mais ideias para chamar a atenção do cliente e garantir as vendas", explica Ana Paula. 

O casal diz que não é o único a reclamar do baixo movimento e comenta que todos sentem a queda nas vendas, pois a maioria dos consumidores preferem ir até as ruas 13 de maio e 14 de julho, onde encontram mais opções. "Todos reclamam que o movimento está parado. As pessoas esquecem que tem essa rua e que temos vários comerciantes com os mesmos produtos e as vezes com preço até mais barato".

Ana Paula de Oliveira Pinto e Valdir José Basso, são proprietários de uma loja na Rui Barbosa, e reclamam do esquecimento dos clientes. (Foto: Marcelo Calazans)
Ana Paula de Oliveira Pinto e Valdir José Basso, são proprietários de uma loja na Rui Barbosa, e reclamam do esquecimento dos clientes. (Foto: Marcelo Calazans)

O problema se repete com Suelen Kauffmann Lucas, proprietária de uma loja de bijuterias na Rui Barbosa. Há três meses instalada no local, ela que veio de Goiânia, conta que as vendas são fracas, e como tem o aluguel de R$ 1,5 mil e o estacionamento mensal de R$ 150 para pagar, precisa repassar os gastos para as peças que comercializa.

"As pessoas se aglomeram mais nas grandes ruas daqui, não é fácil se manter, então procuro comprar peças boas e baratas. Além disso, abro mais cedo do que as outras lojas para atrair esses clientes que passam por aqui antes de ir trabalhar", conta a empresária.

Na avenida Calógeras, o vendedor e estoquista Elson Marinho Ciqueira, trabalha há três anos em uma loja de colchões. O aluguel pago é em torno de R$ 5 mil e como atrativo, eles oferecem convênio com estacionamento para proporcionar um pouco mais de conforto para seus clientes.

Elson conta que como a loja possui outras sete filiais, é possível cobrir os custos de uma com a outra. "Aqui nós nos mantemos com as vendas das outras sete lojas que temos". Ele classifica a linha de ônibus e os parquimêtros como umas das principais problemas da região.

Loja de colchões na avenida Calógeras sobrevive com vendas de outras filiais. (Foto: Marcelo Calazans)
Loja de colchões na avenida Calógeras sobrevive com vendas de outras filiais. (Foto: Marcelo Calazans)

Culpa - A pesquisa sobre a mortalidade das empresas foi desenvolvida pelo Conselho Comunitário de Segurança do Centro. O presidente Adelaido Luiz Vila, acredita que o fechamento dessas lojas foi causado por inúmeros problemas, entre eles, a falta de estacionamento e de segurança.

Ele acrescenta ainda que os gastos extras devido a má conservação dos prédios, tem sido um ponto negativo para os empresários. "A maioria dos prédios do Centro são velhos, não passam por manutenção e ainda apresentam um preço absurdo. Isso só gera mais despesas para os comerciantes", conta.

O vice-presidente do Conselho do Comércio Central da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), EdmirArnas, atribui a má fase pela qual a região central está passando à Administração Municipal. Segundo ele, a readequação das fachadas das lojas, que começou a ser implantada em 2012, fez com que os empresários tivessem um custo a mais. Isso somado ao valor do aluguel que hoje é pago no Centro, fez com que de fato as vendas caíssem.

Edmir vê o projeto de revitalização da rua 14 de Julho como uma forma de aumentar novamente as vendas. Com relação as promoções, que geralmente é uma forma de atrair o cliente, ele comenta que serão feitas apenas em datas comemorativas. "Estamos aguardando a revitalização da 14 de Julho sair do papel para tomarmos uma decisão e ver o que faremos para solucionar o problema desses empresários".

 

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