Pela continuidade da ferrovia, Delcídio diz que trava guerra com Rumo ALL
A briga entre autoridades de Mato Grosso do Sul e a Rumo/ALL tem ganhado força, com a cobrança do cumprimento das ações estabelecidas no contrato de concessão da malha ferroviária, que liga Bauru(SP) a Corumbá(MS). O senador Delcídio do Amaral (PT) disse hoje que se for preciso trava uma "guerra" para garantir a continuidade do transporte.
A desativação da ferrovia no Estado compromete todo o escoamento da produção, principalmente de combustível, minério de ferro e celulose. Além disso, pode travar o desenvolvimento da economia, visto que a perda deste modal pode ser decisivo para a tomada de decisões de empresários em investir por aqui.
Para o líder do governo no Senado, é de extrema necessidade que se cobre não só o cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta firmado para recuperar o trecho Corumbá-Três Lagoas, mas medidas efetivas por parte da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) e da Rumo/All, pertencente ao grupo Cosan.
"A ANTT tem a obrigação de tomar as providências devidas porque foi assinado esse termo e a concessionária não cumpriu. As operações da ALL foram compradas pela Rumo Logística, que na verdade é uma empresa do Grupo Cosan. Portanto, agora a briga é com a Rumo/ALL, e nós não vamos dar moleza não", enfatizou o senador, durante entrevista concedida por telefone à Rádio Difusora Pantanal, de Campo Grande.
O contrato para explorar a ferrovia pelo Estado tem mais 10 anos de vigência, e para Delcídio a empresa corre o risco de perder a concessão, caso continue descumprindo os acordos firmados em contrato. "Ou eles colocam a ferrovia nos eixos, ou então vamos pedir que seja cassada a concessão, para que façamos uma nova licitação e outro grupo assuma as operações”.
Neste ano a Rumo/ALL já demitiu 100 funcionários e de acordo com o sindicato da categoria, tem desativado a ferrovia aos poucos. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o deputado federal Zeca (PT) e o senador Delcídio do Amaral (PT), têm recorrido a ANTT para impedir que a situação se consolide.
Delcídio explica ainda, que a ferrovia está pronta e que basta investimentos para que o modal volte a atuar. “De todas as ferrovias previstas para Mato Grosso do Sul o caso mais fácil de implementar é a antiga Noroeste, porque a via já existe, não tem problema de licenciamento ambiental e nem precisa adquirir áreas, ou seja, é uma ferrovia em operação, mas que, lamentavelmente, está degradada”, ressaltou.
No próximo dia 12, o governador se demais autoridades se reúnem com a Rumo ALL para cobrar o cumprimento do contrato e a continuidade dos investimentos. A empresa alega que o andamento da ferrovia depende de demanda de produtos.