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Economia

Preço sobe até 30% e açougue faz promoção para desencalhar carne de 1ª

Caroline Maldonado | 17/07/2015 12:57
Algumas peças de segunda já estão em média 30% mais caras, já a maioria dos cortes de primeira teve aumento entre 5% e 23% (Foto: Fernando Antunes)
Algumas peças de segunda já estão em média 30% mais caras, já a maioria dos cortes de primeira teve aumento entre 5% e 23% (Foto: Fernando Antunes)

Com a preferência cada vez maior dos clientes pela carne de segunda, os açougues estão fazendo promoções para desencalhar os cortes de primeira. Enquanto algumas peças de segunda já estão em média 30% mais caras, a maioria de primeira teve aumento entre 5% e 23% neste mês, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo pesquisa do (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da universidade Anhanguera-Uniderp.

É segurando os preços, que os açougues conseguem movimentar o estoque das peças da parte traseira do boi, que são mais macias. O gerente da Casa de Carnes Regional, Roberto Soares, conta que 90% dos clientes leva carne de segunda e mesmo quem se dá ao “privilégio” da carne de primeira, também não esconde que precisa economizar.

“Tenho cliente que comprava sempre picanha, que está saindo a R$ 39,90 e agora está levando ponta de costela, por R$ 19,90. Quem levava ponta de costela, agora compra miolo de paleta, que sai por R$ 16,99 ou agulha, que hoje está R$ 15,99”, comenta o gerente, ao destacar que os preços devem continuar subindo, afinal, o consumidor desanima mas não abre mão da carne vermelha.

Portanto, a procura cresce como sempre, enquanto a oferta cai com a redução no número de abates de bovinos em Mato Grosso do Sul. No primeiro semestre deste ano, o volume caiu 13,5%, em relação ao mesmo período do ano passado e provocou o fechamento de 17 frigoríficos no Estado.

Motivo - Produtores e especialistas do mercado agropecuário explicam que a falta de boi é o que motiva esse cenário e confirmam que o preço da arroba, que já chega R$ 134, vai subir ainda mais. Na fila do açougue, o pedreiro Luiz Barbosa de Souza, 60 anos, se chateia com a notícia, mas garante: “sem carne eu não fico, não dá, tá no sangue do brasileiro”. Para ele, o preço dos combustíveis é o que inflaciona os alimentos. “Não acredito nisso, gado não falta em MS", diz.

Na fila do açougue, o pedreiro Luiz Barbosa de Souza diz que compra menos, mas não fica sem carne (Foto: Fernando Antunes)
Na fila do açougue, o pedreiro Luiz Barbosa de Souza diz que compra menos, mas não fica sem carne (Foto: Fernando Antunes)

O gerente do supermercado Mister Júnior, Francisco Júnior, também não acredita na crise na produção de gado de corte. “Os preços sempre oscilam muito, isso é normal. Depende da entressafra, do clima, da exportação, do preço do diesel também. Este ano, até que está bom, porque estamos tendo chuva. Acontece que o pessoal compra mais carne de segunda, a de primeira vai ficando e o frigorífico tem que esvaziar o estoque, então baixa o preço e assim vai”, argumenta.

A solução? “Comer menos”, brinca Luiz, que para as refeições da família varia a compra entre paleta, costela e carne suína. Seja falta de boi, crise mundial, combustível caro, o funcionário público Sandro Moreira, 39 anos, também diversifica no prato, mas não abre mão da carne vermelha. “A gente, compra frango, outro dia usa salsicha, mas não dá pra ficar sem carne”.

Preços – Pesquisar é sempre bom, no entanto, vale mais a pena quando se trata dos cortes de primeira. O patinho chega a R$ 22,99, no Ponto da Carne, na Avenida Mato Grosso; mas sai por R$ 19,99, na Casa de Carnes Regional, no Bairro Monte Castelo e por R$ 18,47, no mercado Mister Júnior, no Bairro Estrela do Sul.

Dentre os cortes preferidos dos clientes, segundo os açougueiros, está o Acém/Agulha, carne de segunda, cujo o quilo sai por R$ 13,99, na Regional; é vendido a R$ 13,46, no mercado e está R$ 13,49, no Ponto da Carne. O coxão duro tem alguma diferença, mas o preço varia entre R$ 19,99 nos açougues e R$ 18,95, no mercado de bairro.

Queda no número de abates em MS motiva preço alto (Foto: Fernando Antunes)
Queda no número de abates em MS motiva preço alto (Foto: Fernando Antunes)
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