Táxi que é bom, o pessoal não troca, nem com aplicativo em Campo Grande
Passageiros destacam confiança, atenção e proximidade como diferencial do transporte tradicional
As corridas de táxi na Capital subiram 15%, mas será que isso afasta os passageiros? O Campo Grande News foi conferir e descobriu que, principalmente entre os mais velhos, o que vale mesmo não é o preço, e sim a confiança, a gentileza e a camaradagem que os taxistas oferecem.
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Apesar da crescente popularidade dos aplicativos de transporte, os táxis em Campo Grande mantêm uma clientela fiel, especialmente entre os idosos, que valorizam a confiança e a proximidade oferecidas pelos taxistas. Passageiros como Áurea Lopes e Adelaide Lopes destacam a atenção e a segurança que sentem ao utilizar o serviço tradicional, preferindo-o em relação aos aplicativos. Recentemente, as tarifas de táxi na cidade sofreram um reajuste de 15%, conforme anunciado pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos. O quilômetro rodado e a bandeirada aumentaram, refletindo a necessidade de adaptação às novas condições econômicas. O taxista Gilberto Jurais enfatiza a importância da relação de confiança com os clientes, que muitas vezes não questionam o preço, mas buscam um serviço de qualidade e pontualidade.
Áurea Lopes, 78 anos, está entre os passageiros que optam pelo serviço tradicional. Ela utiliza táxi regularmente desde que passou por cirurgia para colocar próteses nos dois joelhos e ficou impedida de dirigir. A preferência, segundo Áurea, ocorre porque ela se sente mais segura, já que os motoristas são profissionais de confiança e cadastrados.
“São todos meus amigos. Quando entro no carro, não preciso nem falar meu endereço, eles já sabem até onde eu moro. O Uber cancela demais e atrasa meus compromissos”, afirma.
Moradora de Ribas do Rio Pardo, a 96 km de Campo Grande, Adelaide Lopes, 79 anos, visita a Capital regularmente. Ela diz que, toda vez que chega à rodoviária, pega um táxi até a casa da irmã Áurea.
“Já andei de aplicativo aqui, mas gosto mais dos taxistas: são mais atenciosos. Quando chego à rodoviária, vou de táxi para a casa da minha irmã e, na volta, é a mesma coisa”, explica.
A cuidadora de idosos Miriam Ramos, 55 anos, diz que usa o transporte há 30 anos. Embora também dirija, há situações em que prefere o táxi. Neste sábado, por exemplo, fez uso do veículo para fazer compras no centro da cidade.
“Na maioria das vezes em que preciso, utilizo o táxi porque o aplicativo está quase no mesmo valor e é demorado”, reclama Miriam. “Já tentei o Uber Moto e não gostei da velocidade e do comportamento do motorista. No táxi nunca tive problemas assim”, conta.
Relação de confiança
Com 19 anos de profissão, o taxista Gilberto Jurais, 65 anos, ressalta que essa confiança na qualidade do serviço é o principal diferencial que faz questão de manter. Ele, por exemplo, costuma ajudar os clientes inclusive a colocar compras no carro.
“Quem anda de táxi chega e não pergunta o preço, quer ir a tal lugar e vai. A pessoa agenda e sabe que vai chegar ao local e no horário combinados”, afirma.
Gilberto ressalta que atende passageiros a partir dos 30 anos, mas a maioria é idosa. Os jovens, segundo Gilberto, geralmente acompanham os idosos.
Segundo ele, entre o fim e o início do mês, o movimento aumenta, especialmente por conta do período de pagamentos dos trabalhadores.
Reajuste das tarifas
Desde sexta-feira (12), as tarifas de táxi foram reajustadas em 15% na Capital. Segundo portaria da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), publicada no Diogrande (Diário Oficial do Município), o quilômetro rodado na bandeira 1 passou de R$ 3,36 para R$ 3,86, e na bandeira 2, de R$ 3,83 para R$ 4,41.
O adicional por bagagem acima de 70 cm x 40 cm x 20 cm subiu de R$ 0,40 para R$ 0,46, e a hora parada foi reajustada de R$ 27,90 para R$ 30,91. A bandeirada do táxi comum aumentou de R$ 4,50 para R$ 5,00, enquanto a do táxi para o aeroporto passou de R$ 8,56 para R$ 9,00.
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