Fapec diz que cumpriu edital e que candidata deixou a prova após novos pedidos
Fundação afirma que a cadeira especial foi disponibilizada, mas não as solicitações extras no dia do exame
A Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) se manifestou, na tarde deste domingo (7), após a repercussão do caso da estudante de 17 anos que disse ter sido impedida de realizar o vestibular da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.
RESUMO
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A Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) afirmou ter cumprido todas as solicitações previstas no edital após o caso de uma estudante de 17 anos que deixou o vestibular da UFMS em Campo Grande. A candidata havia solicitado atendimento especial, incluindo cadeira almofadada e tempo adicional, mas apenas o primeiro pedido foi atendido. Durante a prova, ela fez novas demandas, como uma sala exclusiva, que não foram atendidas por não constarem no pedido original. Diante disso, a estudante optou por deixar o local. O pai da jovem contestou a decisão, afirmando que a filha precisava de condições específicas devido a problemas de saúde. A Fapec reiterou que todas as solicitações foram analisadas e comunicadas dentro do prazo.
Em nota, a fundação afirma que todas as solicitações feitas pela candidata durante a inscrição foram analisadas e atendidas conforme previsto em edital e que a jovem decidiu deixar o local da prova após pedir novas condições que não estavam registradas anteriormente.
Segundo a Fapec, a estudante solicitou Atendimento Especial no ato da inscrição e anexou o formulário obrigatório. No documento, pediu tempo adicional para a realização da prova e uma cadeira almofadada. Após avaliação da banca, o pedido da cadeira foi deferido e, conforme a fundação, o equipamento foi disponibilizado na sala. Já o tempo extra foi indeferido com base no item 10.5 do edital, que regulamenta esse tipo de concessão.
A entidade reforça que todas as decisões foram publicadas e comunicadas à candidata dentro do prazo.
Novas solicitações - Durante a aplicação do exame, realizado na Escola Municipal Dr. Eduardo Olímpio Machado, a candidata teria feito novas demandas diretamente à coordenação do local. Entre elas, segundo a Fapec, estariam sala exclusiva e outras condições não previstas no requerimento entregue no momento da inscrição.
A fundação afirma que não foi possível atender imediatamente às solicitações extras, pois elas não constavam no pedido original analisado pela banca. Diante da impossibilidade de ajustes na hora da prova, a instituição relata que a própria candidata optou por deixar a sala, interrompendo a participação no processo seletivo.
A Fapec destaca que a equipe responsável prestou todos os esclarecimentos necessários e respondeu prontamente a cada questionamento, “contando, inclusive, com testemunhas presenciais que acompanharam a situação”.
O pai da jovem, Leonardo Cunha, no entanto, afirmou que deixou a filha no local com antecedência, mas a menina foi orientada a deixar a escola porque não havia ambiente adequado para que ela realizasse o exame.
Segundo Leonardo, a filha usa colete para se locomover, não pode dobrar a coluna e alterna entre posições para aliviar a dor.
Por isso, disse que a filha informou ao fiscal que precisava de uma sala adaptada, como já tinha solicitado na inscrição. A resposta foi que não havia essa possibilidade e que ela não poderia ficar dentro da escola.
Leonardo destaca que a filha apresentou toda a documentação médica e fez a solicitação de atendimento diferenciado dentro do prazo.
O pai da candidata contesta a versão apresentada pela Fapec e afirma que a filha não abandonou a prova, mas foi orientada a deixar a sala. Preocupado com a possibilidade de o episódio se repetir no exame do Passe, marcado para a próxima semana, Leonardo relata que, ao contrário do informado pela fundação, nenhuma cadeira especial estava disponível no local.
Ao buscar esclarecimentos com o representante da banca, foi informado de que ele próprio deveria ter levado uma almofada para que a jovem pudesse realizar a prova. Diante da situação, acionou a Polícia Militar, que registrou a presença da candidata no local, mas explicou que, por se tratar de um procedimento administrativo, não havia crime a ser formalizado.
Leia a nota da Fapec na íntegra:
“Conforme previsto em edital, a candidata solicitou no momento de sua inscrição Atendimento Especial e anexou o Requerimento de Condições Especiais devidamente preenchido. Nele, foi solicitado tempo adicional para a realização da prova e uma cadeira almofadada.
Após análise da banca examinadora, o pedido relativo à cadeira almofadada foi deferido, e, portanto, a cadeira foi disponibilizada no local da prova.
Já o pedido de tempo adicional foi indeferido, baseado no item 10.5 do edital.
Todas as solicitações de Atendimento Especial apresentadas pela candidata no período previsto foram devidamente analisadas, publicadas e comunicadas.
No momento da aplicação da prova, a candidata realizou outras solicitações à Coordenação do local, que não estavam previstas no documento preenchido e anexado no momento da inscrição como, por exemplo, sala exclusiva e outras demandas adicionais.
Diante da impossibilidade de atendimento imediato a essas solicitações extras, a candidata optou por se retirar da sala de prova.
A banca examinadora prestou todo o atendimento necessário e respondeu prontamente a cada questionamento da candidata, contando, inclusive, com testemunhas presenciais que acompanharam a situação”.
*Matéria editada às 16h29 para incluir posicionamento de Leonardo Cunha, pai da candidata.
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