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Esportes

Federação elaborava projetos falsos para desviar recursos da CBF, aponta Gaeco

Para captar recursos da CBF, grupo criminoso elaborava projetos e prestações de contas falsas

Por Jhefferson Gamarra | 06/06/2024 18:10
Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues ao lado do presidente afastado da FFMS, Francisco Cezário (Foto: Divulgação)
Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues ao lado do presidente afastado da FFMS, Francisco Cezário (Foto: Divulgação)

Na Operação Cartão Vermelho, liderada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), foi desmontado um esquema de corrupção na FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), culminando na detenção do presidente Francisco Cezário e outros 11 indivíduos ligados à entidade. As investigações apontaram que Cezário e seus cúmplices elaboram projetos fraudulentos para captar e desviar verbas da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Uma série de interceptações telefônicas expôs as conversas entre o sobrinho de Cezário, Umberto Alves Pereira, conhecido como Beto, e Rudson Borgarim, que detalhavam a estratégia de desvio de dinheiro. Francisco Cezário havia pedido a Umberto e Rudson que criassem um projeto de futebol para Mato Grosso do Sul com o objetivo de faturar R$ 500 mil da CBF e desviar parte desses recursos para uso pessoal.

Em uma das conversas, Umberto diz a Rudson: "Eu falei: Cezário, se ele [presidente da CBF] falar, eu tenho 500 mil no ano, você pega três projetos [...] porque na realidade o dinheiro é pra ele, não é pro campeonato." Essa declaração revela que os valores recebidos não eram destinados ao desenvolvimento de competições esportivas, mas sim ao benefício pessoal de Cezário.

Em outro trecho, Umberto diz que Cezário quer que Rudson vá à federação e pediu os projetos para enviar à CBF. Em tom de desabafo, Beto repete uma fala de Cezário: "Veja aí Beto, esses projetos aqui com certeza o Ednaldo (Presidente da CBF) não vai aprovar. Eu falei: Cezário, você já tem um não, eu acho que aprovar ou não aprovar é você protocolar e falar com ele, de repente se ele aprovar três, Cezário, dá 500 mil".

Trecho da conversa entre Rudson e Beto para elaboração de projetos que seriam enviados à CBF (Foto: Reprodução)
Trecho da conversa entre Rudson e Beto para elaboração de projetos que seriam enviados à CBF (Foto: Reprodução)

No dia 24 de abril de 2023, Umberto e Rudson voltaram a discutir a elaboração de um novo projeto, desta vez no valor de R$ 300 mil, semelhante ao de R$ 500 mil, para ajuda às equipes. Durante a conversa, Umberto instrui Rudson a criar tanto um projeto quanto uma prestação de contas para garantir a liberação dos recursos. "Como ele não sabe o que ele quer, faz os dois," disse Umberto, referindo-se à confusão de Cezário.

No mesmo dia, Umberto pediu a Rudson para "maquiar" os documentos que seriam enviados à CBF. "Não, não, faz assim, vê se você acha, eu tenho o valor aqui, vamo dar uma maquiada e mandar," disse Umberto, mostrando a intenção de falsificar os documentos para encobrir os desvios.

De acordo com o Gaeco, Umberto Alves Pereira, o Beto, e Rudson Bogarim Barbosa, eram responsáveis pelo controle das finanças da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), cabendo a ambos ainda a apresentação de projetos para liberação de recursos tanto à CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Outro lado - A defesa de Rudson, comandada pelo advogado Pablo Buarque Gusmão, só vai se manifestar depois que o cliente for notificado oficial, se a denúncia for recebida. A mesma postura mantém o advogado Guilherme Delmondes, que defende Umberto.

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