Josy sobreviveu a dois infartos e, para celebrar a vida, correu até na neve
A relação da campo-grandense com os esportes começou em 2017, ela corre em provas de maratona e triatlo
A história de Josy Madruga, de 45 anos, poderia ser apenas a de mais uma atleta que participa de provas de maratona e triatlo. Mas ainda tem muita coisa a ser contada. Ela quase perdeu a vida para a covid-19 durante a pandemia, ficou internada, teve duas paradas cardíacas, saiu do hospital e para celebrar a vida, correu até em temperatura negativa.
Me emociono ao lembrar, sobrevivi a duas paradas cardíacas e fiquei 30 segundos falecida. Os médicos me reanimaram. Na minha primeira corrida após sobreviver, os passos iam aumentando e as lágrimas caíam", relata Josy.
A relação de Josy com os esportes de corrida começou em 2017, quando ela tinha 39 anos. Nascida em Campo Grande em 1978, uma amiga foi motivação para entrar no esporte. Quando a parceira de treinamento faleceu, a brincadeira virou estilo de vida.
Durante a infância, Josy também teve problemas de saúde. Varizes na perna esquerda a fizeram passar duas vezes por cirurgia quando tinha 12 anos. "Eu acredito no poder da superação, desde sempre tive que quebrar barreiras, sendo elas físicas ou emocionais, quando me vi estagnada, tive coragem de buscar por mais e a minha rede de apoio foi importantíssima nesse momento de mudança", afirma.
A atleta participou de várias competições e destaca duas trajetórias emocionantes. A primeira pela dificuldade de correr uma maratona de 42 km na neve em uma temperatura de -10ºC. O trecho tinha trilhas e bosques.
Já a segunda é pela superação de ser a primeira após a internação por conta da covid: "As inspirações vieram das pessoas ao meu redor, da minha família e amigos, não é fácil mudar, e eles acreditaram em mim e fazem parte da minha evolução".
"Eu sempre digo que a dificuldade se mantém, superar as dores, superar a saudade em viagens de provas, vencer o cansaço, nada é fácil, mas o propósito faz valer a pena", destaca Josy sobre os maiores percalços.
"A fruta nunca cai longe do pé", e Josy não é a única atleta da família Madruga. O Campo Grande News contou recentemente a história de Guilherme Madruga, o volante que está no Botafogo, de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Com passagens pelo futebol mineiro, paulista e chinês, já treinou com algoz da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2018.
Josy brincou sobre a relação com o sobrinho Guilherme. "Costumamos dizer que a água que a família Madruga bebe é abençoada, nós viemos de baixo, de família simples e conquistamos nosso espaço com muita garra e persistência".
Entre corridas e maratonas ela participou de inúmeras competições, as principais foram: GP extreme triathlon (Florianópolis-SC); Meia maratona de Florianópolis; Morro do Ernesto 14 km; Inferninho 7 km; Fazenda Piana 42 km; Furnas Dionísio 21 km; Corrida verão 21 km; Mountain do 21 km - Praia do Rosa/SC; Mountain do 21 km - Ushuaia/Argentina; Mountain do 42 km Ushuaia/Argentina; Triday (triatlo). E durante o período de pandemia ela participou de várias 'provas on-line', como: Boston, Chicago, Pequim, Tóquio.
Para este ano, três provas estão no calendário da mulher de 45 anos para o segundo semestre. São elas a Montain do Explorer - Expedição Mont Blanc na França, em junho, Mountain do fim do mundo em Ushuaia, em agosto, e El Cruce Bariloche, em dezembro. As duas últimas serão na Argentina.
Por fim, Josy deixou uma mensagem para quem tem mais de 30 anos e ainda quer se desafiar no esporte: "Gostaria de ressaltar para o público que a melhor forma de começar é acreditando em si, você é capaz de superar qualquer limite".