ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
SETEMBRO, SEXTA  20    CAMPO GRANDE 28º

Jogo Aberto

Os bastidores do julgamento mais longo da história de MS

Por Anahi Zurutuza e Silvia Frias | 20/09/2024 06:00
Marcelo Rios, de rosa, no momento da leitura da sentença. (Foto: Paulo Francis)
Marcelo Rios, de rosa, no momento da leitura da sentença. (Foto: Paulo Francis)

Mais longo – O júri popular que condenou Jamil Name Filho como mandante e outros três réus por participação na execução de Marcel Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, foi classificado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) como o mais longo da história de Mato Grosso do Sul.

Calculando - Foram 35 horas de julgamento em três dias, contando da abertura dos trabalhos na segunda-feira (16), às 8h50, até o encerramento, por volta das 2h de quinta-feira (19), descontadas da somatória somente as pausas para o descanso dos envolvidos e jurados nas noites de segunda e terça.

2º no ranking – O segundo júri produto da Operação Omertà superou recorde que até então era de julgamento também resultante da força-tarefa batizada com nome que faz referência do pacto de silêncio exigido pelas organizações mafiosas italianas. Nos dias 17, 18 e 19 de julho do no passado, quando Name Filho foi condenado pela morte do estudante Matheus Coutinho Xavier, fuzilado no lugar do pai aos 20 anos, jurados, réus, todo o aparato do Judiciário e advogados passaram cerca de 32 horas em plenário.

Até o fim – O júri que teve Jamilzinho, apontado como o líder da Organização criminosa alvo da Omertà, no banco dos réus, mostrou mais uma vez que mães não abandonam os filhos nem depois da morte. A advogada Cristiane de Almeida Coutinho, a mãe de Matheus, que chegou a atuar em 2023 pela condenação dos algozes do filho, nesta quarta-feira (18), acompanhou da plateia o último dia do julgamento de dois deles. “Vim em solidariedade [à família de Colombo]”, disse à reportagem.

Mãe sendo mãe - Primeira da fila para entrar no Fórum no ano passado, a dona de casa Terezinha Brandão dos Reis voltou ao Tribunal do Júri, ainda na esperança de que alguma informação possa ser útil para reabrir o caso de outra morte, a do filho dela, o guarda municipal Fred Brandão dos Reis. Desta vez, Terezinha se alterou, passou a gritar com um dos réus e foi retirada do auditório pela segurança.

Plateia – Além dos acadêmicos de Direito e advogados, que normalmente compõem as plateias de júris populares, presenças ilustres foram notadas no auditório. O procurador-geral de Justiça, Romão Àvila Milhan Junior, chefe dos promotores que trabalhavam pela condenação dos acusados, foi uma delas.

Meus meninos - Ele foi ao Fórum para prestigiar Douglas Oldergardo e Luciana Rabelo, além dos integrantes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), Moisés Casarotto e Gerson Eduardo de Araújo. Fabrício Secafen Mingati, presidente da ASMP (Associação Sul Matogrossense do Ministério Público), e a delegada Ariene Murad, casada com Oldegardo, também assistiam ao embate entre defesas e acusação.

Homens sendo homens – Foram três dias de julgamento e somente no último, anteontem, que Luciana Rabelo, a promotora natural do Caso "Playboy da Mansão", pôde fazer sustentação no plenário. E poderia ter sido mais do que uma vez. Durante o tempo da primeira manifestação da acusação, o promotor Moisés Casarotto pediu que Gerson Eduardo de Araújo, que estava usando a palavra, encerrasse a fala para que Luciana pudesse tomar o lugar. Porém, o colega ignorou e continuou, encerrando só alguns minutos depois.

Fim de caso -  A promotora chegou a pegar o microfone, mas foi frustrada, já que o juiz Aluízio Pereira dos Santos encerrou a fase de acusação, obedecendo ao tempo atribuído às partes. Ela só conseguiu fazer a “estreia” no júri na réplica, depois das 20h.

Escola – Logo no início do julgamento, o advogado Yahn Sortica abastecia o cliente, Rafael Antunes Vieira com papel e caneta, assim com foi feito nos dias anteriores. Perguntando, explicou que usou da estratégia, semelhante aos tempos de estudante, para que não tivesse que levantar a todo momento quando precisasse falar com o cliente, sentado um pouco distante. “Para não ficar cochichando, aí não atrapalha o debate, para o Aluizio [juiz] não dar ralo na gente”.

Nos siga no Google Notícias