MP investiga barulho que faz patrimônio tremer na Esplanada
Moradores pediram ações para que eventos na Plataforma Cultural respeitem horário e reduzam barulho

Não é de hoje que moradores da Esplanada Ferroviária de Campo Grande denunciam os eventos que acontecem na região. Desta vez, eles pediram que o Ministério Público investigue as consequências que o som alto, vindo da Plataforma Cultural, causa nas residências antigas. Segundo eles, o ruído estremece e balança as casas. Nesta segunda -feira (14) o MP instaurou um processo administrativo para acompanhar a situação.
Na denúncia assinada por eles, incluindo o presidente da Associação dos Ferroviários Aposentados, os moradores explicam que os produtores devem considerar que o local é repleto de casas tombadas e frágeis. O pedido é para que tenham bom senso quanto ao volume do som e que os eventos respeitem o horário de encerramento das festas.
“Nós, moradores, estamos sendo perturbados e incomodados pelo volume de som e ruídos exacerbados que provém das caixas de som ali instaladas. Tal solicitação se faz necessária, pois o entorno citado acima é compreendido por casas antigas (tombadas) que estremecem e balançam com ruídos, e habitadas por famílias e pessoas idosas. Cabe também ressaltar que, somos obrigados a fechar as portas da casa e do quarto para poder amenizar o volume alto do som emanados pelas caixas de som”, diz o texto.
Eles acrescentam que entendem o direito das pessoas em usar o espaço público, mas que o som ultrapassa o limite do aceitável. “Prejudica a qualidade de vida e o descanso dos moradores desta região”.

Nelson Araújo, presidente da Associação dos Ferroviários Aposentados, que mora no local desde 1992, explica que o objetivo é achar um meio termo para ambos os lados.
“Felizmente moro mais longe, ali próximo a Cem na Casa da Ferrovia. Os moradores que estão próximos falam sobre transtorno, barulho, é complicado, tem saída, mas preciso sentar e discutir, ver o que é viável. Ninguém é contra a cultura e projetos, mas tem que ter regras. Hoje o complexo todos são moradores idosos, tem morador com 98 anos, realmente traz problemas. Pessoas que dormem cedo, tem problema de saúde, isso é muito grande. O pessoal da rua que faz fundo com a Plataforma Cultural eles falam que treme a parede das casas. Temos que achar um meio só para minimizar a situação”.
A moradora, Maria Madalena, conta que essa luta mão é recente. "Estamos nos debatendo faz tempo. É uma coisa que já está acontecendo, já fomos no MP, na delegacia reclamar de barulho que é incendedor".
Em novembro de 2024 a Secult (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo) na época ainda Sectur informou que a realização de eventos na Esplanada Ferroviária pela secretária estava dentro das legislações cabíveis e que os demais eventos autorizados pela pasta não são de responsabilidade dela pois ela apenas cede o espaço.
Quanto às medidas adotadas para a proteção do patrimônio cultural, a secretaria informou nos altos que os eventos não configuram um dano físico ao espaço tombado e destacou o caráter histórico e turístico da Esplanada, que favorece o comércio popular e incentiva a valorização cultural.
O Lado B entrou em contato com a Secult nesta segunda e aguarda retorno. O espaço segue aberto.
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