Suíte do Herdeiro mostra que dá para inovar sem apagar o que veio antes
Na Casacor, Guilherme Inocêncio apresenta quarto que reinterpreta legado familiar com identidade própria

Na Casacor Mato Grosso do Sul, o designer Guilherme Inocêncio decidiu apresentar a Suíte do Herdeiro, um ambiente que traduz com sensibilidade a ideia de herança não como peso, mas como continuidade.
RESUMO
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Instalado em uma casa antiga que hoje abriga a exposição, o espaço parte de uma premissa simples, herdar não é destruir o passado, é transformá-lo. “O quarto é uma tradução do legado, algo que passa de pai para filho, mas reinterpretado sob uma nova ótica. É sobre continuidade e evolução: herdar valores, mas também reescrever a história com identidade própria”, explica Guilherme.
Com cerca de 20 m², o ambiente combina sobriedade e aconchego e o designer imaginou o quarto de um jovem herdeiro “com alma madura”, alguém que valoriza o conforto e o silêncio mais do que o exibicionismo. “Essa nova geração de herdeiros prefere o essencial ao ostentatório. São pessoas que carregam tradição, mas buscam praticidade e propósito. O quarto reflete isso: um luxo silencioso, feito de boas escolhas e de uma estética emocional, não apenas visual.”
O ponto de partida do projeto foi o próprio conceito de herança, não apenas de objetos, mas de valores e memórias. Daí nasce a escolha do couro natural, que reveste a cama e envelhece com beleza, e da paleta terrosa com nuances de cinza quente, que traduz introspecção e maturidade.
Entre os detalhes que mais chamam a atenção está o piso original da casa, mantido como gesto de respeito à história do imóvel. “Esse revestimento foi instalado há mais de três décadas. Manter o piso é reconhecer o que veio antes. A boa arquitetura não apaga o passado, ela o aprimora. O novo deve dialogar com a história, não substituí-la.”
Guilherme tratou a iluminação como parte da narrativa. “A luz foi pensada como um elemento emocional. Trabalhei camadas de luz direta, indireta e difusa para criar atmosfera e destacar texturas. Cada ponto de luz valoriza um detalhe do mobiliário, conduzindo o olhar com suavidade e intenção.”

A combinação entre elementos clássicos e contemporâneos foram calculadas. “Gosto de pensar que o tempo é o verdadeiro material do projeto, o antigo e o novo coexistem de forma natural.”
Sobre o móvel principal, o quadro de um cavalo domina. “O cavalo representa liberdade e domínio ao mesmo tempo, a força serena do herdeiro”, conta o designer. Ao lado, objetos pessoais funcionam como “um altar de memórias silenciosas”, entre eles uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, marca afetiva de sua trajetória. “É curioso que muitas pessoas, ao verem a imagem, se lembram da própria família”, observa.
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