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Artes

Diretor de "Só 10% é Mentira" fala da incrível experiência ao lado de Manoel

Ângela Kempfer | 13/11/2014 10:01
Imagem do documentário de Pedro Cezar.
Imagem do documentário de Pedro Cezar.

Um dos documentários mais comentados sobre a obra e a vida de Manoel de Barros foi dirigido pelo cineasta Pedro Cezar, que diante da morte do amigo falou hoje sobre a universalidade da poesia simples do nosso maior poeta.

Diretor de “Só Dez Por Cento é Verdade”, documentário de 2008, ele lembrou os dias de conversa com Manoel em Campo Grande, durante a produção e depois captação dos depoimentos. “Uma pessoa incrível. Tomar um café com ele, ver como o Manoel interagia nas coisas mais banais, foi um aprendizado”.

Segundo ele, uma das maiores grandezas na obra do poeta foi a simplicidade ao falar de temas do mundo. “Por mais que ele tenha escolhido o Centro-Oeste para viver, ele viajou muito. A cabeça do Manoel, o trabalho em palavras não pode ser associado a determinada região é totalmente universal”, reforça.

Manoel de Barros tinha duas fazendas herdadas do pai, lugares onde surgiu a maioria das inspirações para escrever. No documentário, Pedro Cezar voltou a essa região e procurou pessoas que participaram dessa etapa da vida do poeta para ressignificar as “desimportâncias” biográficas dele.

Só Dez Por Cento é Mentira ganhou os prêmios de melhor documentário longa-metragem do II Festival Paulínia de Cinema 2009, de melhor direção de longa-metragem documentário e melhor filme documentário longa-metragem do V Fest Cine Goiânia 2009.

Outro filme muito importante para quem admira Manoel é Caramujo Flor, de Joel Pizzini, de 1980, realizado a partir do livro Gramática Expositiva do Chão (1969).

O título surgiu de uma poema do livro Arranjos para Assobio (1982), e a sua poética é feita pelos versos: “Minhocas arejam a terra, poetas a linguagem”, do Livro de Pré-Coisas (1985), revelando a escolha pelo trabalho de transformar as convenções gramaticais e optar pela elaboração da arte, pelos seres da terra.

Manoel publicou mais de 20 livros e foi consagrado por diversos prêmios literários, passou a ser o escritor brasileiro que mais vende no gênero poesia. 

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