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Cidades

Programa enfraquece e, sem parceria, Capital lida com abandono de áreas públicas

Prefeitura afirma que 54 áreas da cidade estão adotadas por empresários, mas a imagem é outra

Por Inara Silva | 17/06/2025 18:22
Programa enfraquece e, sem parceria, Capital lida com abandono de áreas públicas
Parte da praça na Rodolfo José Pinho foi reformada por empresário, mas hoje encontra-se depredada. (Foto: Paulo Francis)

Embora o Programa de Parceria Municipal (Propam) tenha a função de garantir manutenção e conservação de áreas públicas por meio de cooperação, alguns parques, praças, canteiros, rotatórias e áreas verdes da cidade seguem tomados por mato, sujeira e depredação. A situação pode ser observada em diversos pontos da cidade, como o Parque Linear do Segredo, na região norte; a praça do “Vai ou Racha”, no bairro São Francisco, ou áreas no Jardim São Bento.

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Campo Grande enfrenta desafios na manutenção de áreas públicas, apesar do Programa de Parceria Municipal (Propam). Parques, praças e áreas verdes em diversos pontos da cidade encontram-se em estado de abandono, com mato alto, sujeira e depredação. Enquanto a prefeitura afirma ter 54 parcerias em vigor e 24 em tramitação, a falta de informações sobre as áreas adotadas e o plano de conservação para as demais levanta questionamentos sobre a eficácia do programa. Algumas empresas demonstram iniciativa ao adotar áreas próximas aos seus estabelecimentos, como uma oficina na Avenida Ricardo Brandão, que criou uma praça e realiza a manutenção. Outros empresários, como Marcelo Di Domênino, mostram-se dispostos a colaborar com o poder público na recuperação de espaços abandonados. A situação precária de locais como a Praça das Águas, com cercas quebradas e falta de iluminação, preocupa moradores, que temem pela segurança. O Propam, regulamentado pela Lei n. 7.355/2024, busca incentivar parcerias para a conservação de áreas públicas, mas a realidade de abandono em diversos pontos da cidade expõe a necessidade de ações mais efetivas por parte da prefeitura.

Em alguns casos, a iniciativa privada decidiu assumir por si própria o cuidado do espaço, como é o caso dos canteiros localizados na Avenida Ricardo Brandão, entre as avenidas Bahia e Rio Grande do Sul, às margens do córrego Prosa. No local, uma oficina automotiva criou um espaço verde com bancos embaixo das árvores, responsabilizando-se pela manutenção mensal. A empresa colocou, inclusive, uma placa de identificação em que informa que a área está preservada pela empresa e que é “Proibido jogar lixo no chão”.

A empresa afirmou que tomou a iniciativa, desvinculada do poder público,  porque a área fica em frente às suas duas lojas e isso valoriza o comércio. A praça tem sido utilizada por clientes, funcionários e pessoas que escolhem o local como ponto de descanso. “É comum o pessoal sentar ali na hora do almoço ou usar o local para tomar um tereré”, comentou um funcionário que preferiu não ser identificado.

Na Avenida Rodolfo José Pinho, entre as ruas Guerra Junqueiro e Clóvis Beviláqua, outra área chama a atenção. Desta vez, por conta do abandono: bancos quebrados, mato alto e restos de entulho. O empresário Marcelo Di Domênino, proprietário de uma empresa de veículos em frente à praça, disse que aceitaria fazer parceria com o poder público para cuidar do local, inclusive, ele próprio fez uma pequena reforma na área.

Programa enfraquece e, sem parceria, Capital lida com abandono de áreas públicas
Cercas estão sem arame no Parque das Águas

“Em 2021, eu  mesmo arrumei os bancos quebrados, coloquei tijolinho ao redor. Deixei bem bonito”, afirmou o empresário ao lembrar que tudo foi destruído após uma tempestade com queda de árvore.  Domênico lembra que a prefeitura fez a remoção dos galhos e passou a patrola em cima da parte que ele havia reformado.

Na Praça das Águas, na Rua Oceano Atlântico, a situação é a mesma: cercas e portões quebrados, sinais de abandono, lixo e sem iluminação. Morador da vizinhança há três anos, o aposentado Delson Moraes disse que não chegou a conhecer o local quando era preservado. Ele costuma  passear com seu cachorro na área no meio da tarde. “Depois das 17h, aqui é escuro, aí fica muito perigoso”, lamentou Moraes.

Programa de Parceria

Mesmo diante deste cenário, a Prefeitura de Campo Grande informou, em nota, que, atualmente, dispõe de “54 parcerias em vigência e 24 em processo de tramitação para adoção de áreas”. No entanto, até o fechamento desta matéria não havia informado quais áreas estão adotadas na Capital.

Também não foi informado qual o número de  parques, praças, canteiros, rotatórias e áreas verdes existem na cidade e nem qual o plano de conservação para os locais que não foram adotados por meio do Propam.

Programa enfraquece e, sem parceria, Capital lida com abandono de áreas públicas
Praça criada e mantida por oficina na Avenia Ricardo Brandão. (Foto: Paulo Francis)

Regulamentação

O Programa de Parceria Municipal (Propam) foi regulamentado pela Lei n. 7.355, de 12 de dezembro de 2024 e está sob o comando da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável (Semades).

A iniciativa visa  incentivar parcerias para manter e conservar áreas públicas como parques, praças e canteiros em Campo Grande. A ideia, conforme a nota, é recuperar a paisagem urbana, promover a responsabilidade social, a ética, a proteção ambiental e a qualidade de vida, mantendo esses espaços limpos e em boas condições.

Como participar

Pessoas e empresas interessadas em participar do Propam devem consultar a Gerência de Arborização da Semades (Central de Atendimento ao Cidadão William Maksoud Filho - Rua Marechal Rondon, 2.655) ou por meio do telefone (67) 4042-1323 (Ramais 2744 ou 2718) ou pelo e-mail (propamsemades@gmail.com).

Quem assumir a parceria fica responsável por fazer a manutenção e preservação da área e terá o direito de divulgar sua publicidade no local.

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