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Artes

Praça ganha arte terena inspirada em livro de “mil povos”

Crianças levaram ancestralidade em cores para a Feira Literária de Bonito neste sábado

Por Natália Olliver e Jéssica Fernandes | 06/07/2024 17:59
Escritor e educador indígena Kaká Werá, durante a Flib (Foto: Jéssica Fernandes)
Escritor e educador indígena Kaká Werá, durante a Flib (Foto: Jéssica Fernandes)

Crianças da aldeia indígena ‘Aldeinha’ localizada no município de Anastácio, há 139 quilômetros da Capital, levaram para a Flib (Feira Literária de Bonito) a primeira Mostra  de Arte aldravia: 'Ancestralidade em Cores e Versos’, inspirada na obra ‘A Terra Mil Povos’, do escritor e educador indígena Kaká Werá.

Ao todo, 15 crianças, entre 9 a 17 anos, da Escola Estadual Indígena Guilhermina da Silva participaram do projeto que usa jenipapo, urucum e terra na composição das obras. Além da exposição das telas, as crianças e jovens puderam desenhar para o público.

Originário da etnia Guarani, Kaká explica que foi emocionante ver as pinturas das crianças e enumera os motivos que despertaram o sentimento.

Desenhos feitos por artista plástica que também se inspirou na obra de Kaká. Foto: Jéssica Fernandes)
Desenhos feitos por artista plástica que também se inspirou na obra de Kaká. Foto: Jéssica Fernandes)

“Primeiro e ver o envolvimento das crianças; segundo é de ser algo que mobilizou a comunidade terena e incentivou eles trazerem a visão de mundo deles; a terceira e ver a sensibilidade, o trabalho das crianças e professores, é mais que uma honra é uma alegria”.

Monique Cristina de Souza, de 13 anos, é uma das crianças que participou da Mostra. Para ela foi bom todo o processo criativo. “A gente aprende mais sobre ele. A professora pediu pra fazer um [desenho] que vem na minha cabeça, que envolve a aldeia. Eu desenhei a natureza, uma pessoa indígena que cuida da natureza”.

Monique Cristina de Souza, indígena da etnia terena (Foto: Jéssivca Fernandes)
Monique Cristina de Souza, indígena da etnia terena (Foto: Jéssivca Fernandes)

A professora, Evelin Hekere, de 37 anos, comenta que os alunos passaram por três oficinas e que após a releitura foi feita uma análise linguística e logo em seguida uma análise dentro da língua terena da escrita e da pronúncia.

“Feita essas duas etapas nós passamos pelo processo de produção dos quadros, ou seja, os quadros que foram expostos hoje não é um quadro simples de tinta de pincel de um material não natural”.

Kaká Werá, também participou da Feira nesta sexta-feira (5), onde destacou a força da palavra escrita na preservação da cultura dos povos originários. Ele é um dos escritores convidados para o evento que está na 8º edição.

Sobre o autor – Nascido em uma aldeia no litoral paulista, Kaká atua desde a década de 80 na defesa da cultura indígena. Além de é escritor e educador, ele também é terapeuta, empreendedor social e conferencista de renome.

Kaká é um dos precursores da literatura indígena no Brasil e autor de 12  livros, incluindo os premiados “A Terra dos Mil Povos” e “Menino-Trovão”. Há 30 anos, fundou o Instituto Arapoty, que desenvolveu projetos tanto no Brasil quanto na França, com foco na valorização dos saberes tradicionais dos povos originários.

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