Campo-grandense quer vencer Miss Brasil Gay com traje inspirado nos ipês
Com 72 quilos, 1,78 metros de altura e um rosto lindo, ela conta que vem se preparando há um ano para o concurso
Na disputa com outras 26 candidatas, a transformista campo-grandense Mellany Monteze, de 25 anos, é a representante sul-mato-grossense no Miss Brasil Gay que será realizado no dia 18 de agosto, em Juiz de Fora (MG). A expectativa é trazer pela primeira vez a faixa nacional para o Estado, especialmente, ao desfilar no passarela com traje típico inspirado nos ipês, roupa que reserva surpresas, garante ela.
No ano passado, Mellany, que é cabeleira, ficou em primeiro lugar no Miss Mato Grosso do Sul Gay 2017. Agora, o desejo é a projeção nacional, para continuar provando que a intolerância também pode ser encarada com muito brilho e reconhecimento.
Mellany não revela a cor do vestido, mas garante que o brilho e cerca de três tons de ipês vão surpreender os jurados. "Geralmente as candidatas levam animais como tema do traje típico, mas que queria algo que lembrasse o nosso estado com um tom mais refinado e sensível, mas que não deixasse de ser glamouroso. E uma das coisas mais lindas durante a florada na cidade é o ipê que faz parte do nosso cerrado. Por isso o vestido será inspirados nos ipês e com um efeito especial de cores".
Na passarela, além do traje típico, a cabeleireira desfilará com traje de gala. Será avaliada pelos jurados nos quesitos beleza, elegância, passarela e simpatia, e não tem dúvidas que este ano MS tem tudo para levar este título. "Nosso Estado está sendo muito bem reconhecido lá fora e acreditamos que vamos ter a melhor colocação".
Com 72 quilos, 1,78 metros de altura e um rosto lindo, ela conta que vem se preparando há um ano para o grande momento. "Em primeiro lugar é preciso cuidar muito da saúde, especialmente do corpo, porque também quero manter a forma. Além de cuidados com a pele e alimentação".
Neste ano a candidata teve sorte de conseguir patrocínio para cuidados com a pele, maquiagem, cabelo, mas garante que a participação tem um custo alto. "É muito dinheiro, por isso é necessário muita dedicação".
No entanto, além do título, Mellany quer trazer para casa inspiração a todo público LGBT. "Eu acredito que o Miss Gay representa uma militância, um reconhecimento e uma luta. Porque ser homossexual ainda é um barreira muito grande e quando você se torna transformista o preconceito é ainda maior. Por isso, ser miss é trazer clareza, mostrar que não precisamos ter vergonha de ser quem realmente somos".
No dia a dia Mellany é Yuri Diogo, que há anos trabalha no mercado da beleza. Na hora de se transformar conta apoio dos amigos e, especialmente, da família que sempre esteve ao seu lado. "Me assumi com 13 anos e minha mãe sempre me apoiou. Ela é a minha guerreira e minha inspiração".
A vida como transformista surgiu quando a mãe o levou pela primeira vez em uma boate LGBT da cidade. "Ela é uma super mente aberta. Quando me levou na boate foi quando eu conheci esse mundo e até pegava as roupas dela emprestada. Hoje, em cada concurso, ela e as minhas irmãs estão sempre ao meu lado e torcendo por mim".
O carinho e a apoio da família é o que fortalece na confiança para encarar a passarela. "Só de estar ali é um grande sonho e com a família ao lado, a gente se sente mais forte. É claro que a expectativa nos deixa nervoso, mas lá em cima, tudo que a gente pensa é que está fazendo a coisa certa".