Nova moda: médica explica por que não usar sangue menstrual no rosto
Tendência nas redes promete rejuvenescimento, mas dermatologista alerta para riscos

Como se não bastasse o charlatanismo nas redes sobre inúmeros assuntos, agora há quem esteja passando sangue menstrual no rosto em busca do tão sonhado efeito rejuvenescedor. O que muita gente, que cogita usar, não sabe é que o ato pode causar infecções e ter o efeito oposto do desejado, já que pode causar problemas na pele.
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A nova tendência nas redes sociais de usar sangue menstrual como máscara facial tem gerado preocupação entre especialistas. A prática, que ganhou popularidade após uma influenciadora egípcia compartilhar sua experiência, é considerada perigosa e sem comprovação científica. A dermatologista Laura Furlani alerta que, diferentemente do procedimento "vampire facial" realizado em ambiente controlado, o uso direto do sangue menstrual pode causar infecções graves e problemas de pele. O procedimento seguro utiliza sangue venoso processado em laboratório, enquanto a máscara menstrual expõe a pele a células descamadas do endométrio e possíveis contaminações.
Se você está por fora do assunto, o comportamento veio com tudo após a norte-americana Kim Kardashian aparecer mostrando um tratamento feito com sangue chamado de "vampire facial". Mas a coisa tomou outro caminho depois que a influenciadora egípcia Sarah Sol usou o próprio sangue na face.
Não demorou para que a máscara com sangue menstrual virasse piada, quem acreditasse de fato nos efeitos e até fizesse pegadinhas com os maridos sobre a máscara. O que as pessoas não sabe é que o procedimento que a Kardashian fez e o que a influencer egípcia fez são coisas totalmente distintas.
De acordo com a dermatologista Laura Furlani, o uso é perigoso. Ela explica que isso surgiu com base no skincare coreano, repleto de máscaras, e também na influência de Kim.
"É algo que já veio à mídia anteriormente e agora voltou com tudo. Usava-se um sangue a partir do qual se coletava a parte rica e regeneradora para renovar as células. Mas quando se trata de sangue menstrual, nós estamos falando de células descamadas do endométrio do útero.
Ela ressalta que o contato com o sangue pode provocar contaminação e, inclusive, doenças mais graves.
"Não há comprovação científica do benefício desse componente e ainda existe o risco de infecção que isso pode causar em pessoas que têm acne, infecções na pele, dermatite seborreica e dermatite atópica. Portanto, não é recomendado o uso de máscaras com sangue menstrual".
A prática também aparece como forma de se conectar com a feminilidade, ancestrais. "Ou até mesmo a urina já vi. Tudo isso é algo cultural que não cabe a mim julgar, mas é preciso sempre avaliar os riscos e ter cautela antes de fazer um tratamento sem comprovação."
A médica evidencia que a ciência biorregenerativa é hoje o tema mais relevante e impactante nas clínicas. "Você consegue, através do DNA do salmão, de moléculas da célula de gordura, de citocinas do plasma, agir numa célula antiga, tornando-a jovem novamente. É o futuro que já chegou."
Os defensores da máscara menstrual costumam argumentar que o sangue menstrual contém células-tronco, citocinas e proteínas que podem rejuvenescer a pele. De acordo com a Laura, não existem estudos sérios mostrando que passar sangue menstrual diretamente no rosto melhora a pele.
"O que existe de pesquisa usa componentes do sangue processados em laboratório, de forma controlada. Comparar com "vampire facial" é errado".
Vale lembrar que o procedimento estético "vampire facial" usa sangue venoso processado, em ambiente controlado e estéril. Não tem nada a ver com pegar sangue e passar no rosto.
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