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Comportamento

Zé sobreviveu a infarto, câncer, três capotagens e segue trabalhando

Zé Fotógrafo segue firme e forte, e todos os dias vai de Campo Grande para Rochedo trabalhar

Por Clayton Neves | 06/05/2025 06:05
Zé sobreviveu a infarto, câncer, três capotagens e segue trabalhando
José Antônio de Lima, o “Zé Fotógrafo”, tem 83 anos e muita disposição. (Foto: Arquivo Pessoal)

Na vida, existem pessoas que nasceram com sorte, e existe José Antônio de Lima, o “Zé Fotógrafo”, que parece ter entrado duas vezes na fila dos sortudos. Aos 83 anos, José é a própria definição de sobrevivente. Já enfrentou um infarto, venceu um câncer e sobreviveu a três acidentes graves de trânsito.

Apesar de tantos perrengues, que tinham tudo para apresentá-lo ao outro lado da vida, seu Zé segue firme, forte e trabalhando. Todos os dias, ele acorda cedo e sai de Campo Grande rumo a Rochedo, onde atua como fotógrafo oficial da Prefeitura e da Câmara Municipal da cidade.

Mesmo com os 150 km percorridos diariamente só para trabalhar, José Antônio não pensa em parar. “Hoje mesmo eu fotografei a entrega de uma ambulância UTI para o hospital. Só pedi a Deus que eu nunca precise dela”, brinca.

Nascido no interior do Ceará, ele chegou a Mato Grosso ainda jovem. “Fui para São Paulo em 1951, fui criado em Alfredo de Castilho, depois servi o Exército em Três Lagoas, em 1960. Em 73, me mudei para Campo Grande e fui trabalhar em uma empresa de viagens”, lembra. Foi nessa época que sofreu o primeiro acidente.

Zé sobreviveu a infarto, câncer, três capotagens e segue trabalhando
Recentemente, o cearense recebeu o título de cidadão de Rochedo. (Foto:Arquivo Pessoal)

“Um caminhão cheio de material de construção me pegou em cheio ali perto do cemitério Santo Antônio. Acabou com a caminhonete da empresa. Mas não acabou comigo. Nem sequela ficou, graças a Deus”, relata.

Cerca de 17 anos depois do primeiro susto, veio o segundo encontro que o levou muito próximo da linha entre a vida e a morte. “Em 1990, ganhei uma caminhonete Toyota em um bingo do Operário. Um mês depois, capotei ela na curva de uma serra. Estava dirigindo rápido e fomos parar com as rodas pra cima”, detalha. Novamente, José saiu ileso, e pronto para contar a história.

Em 2010, foi a vez de lutar contra um câncer de próstata. O fotógrafo precisou fazer radioterapia e se curou após cinco meses de tratamento. Já em 2015, enfrentou um infarto agudo.

“Cheguei para fazer o eletrocardiograma e o médico olhou para minha mulher e falou para ela recolher minhas roupas porque eu iria ficar internado. Fiquei 20 dias no Hospital do Coração. E sarei”, conta.

Zé sobreviveu a infarto, câncer, três capotagens e segue trabalhando
Zé ao lado da esposa, Izaudina Maria. (Foto: Arquivo Pessoal)

Mesmo tendo escapado de dois acidentes de trânsito, Zé não ficou traumatizado e continua atravessando a rodovia todos os dias, entre Campo Grande e Rochedo. Em meio às idas e vindas diárias para o trabalho, viu a morte de perto mais uma vez.

“Foi em dezembro do ano passado. O rapaz que estava dirigindo perdeu a direção, o carro virou três vezes e caímos em um buraco. De novo, saímos ilesos”, conta.

Para seu José, ter se livrado tantas vezes da morte não tem muito mistério. O segredo, diz ele, é fé e sorte. “Em cada acidente, eu pensava rápido: ‘Deus, segura esse carro!’. A gente lembra da família, pede proteção. E Deus me protegeu”, relata.

Pai de cinco filhos, avô de 11 netos e bisavô de duas meninas, ele afirma que ainda tem muito o que viver. “Vou completar 84 anos em novembro, se Deus quiser — e Ele vai querer”, acrescenta.

Zé não tem pressa de partir nem planos de pendurar a câmera, mesmo com 63 anos de trabalho na área. “Enquanto tiver gente para eu fotografar, vou continuar trabalhando. Estou vivo, com força e muita fé”, finaliza.

Zé sobreviveu a infarto, câncer, três capotagens e segue trabalhando
Profisisonal tem mais de 60 anos de experiência na fotografia e continua trabalhando. (Foto: Vem Pra Rochedo)

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