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Diversão

Cânion de 100 metros é paredão de belezas que vale a pena conhecer

Rio Salobra, além da fauna e flora local, ajuda a compor paisagem natural única em Mato Grosso do Sul

Cassia Modena | 28/07/2023 07:51
Paredões chegam a 100 metros (Foto: Divulgação/Ricardo Moreira)
Paredões chegam a 100 metros (Foto: Divulgação/Ricardo Moreira)

A visão é linda de todos os ângulos: são cânions acima, floresta e fauna exuberantes aos lados e águas azul-esverdeadas cristalinas abaixo. Uma paisagem única em Mato Grosso do Sul.

O lugar fica dentro do Parque Nacional da Serra da Bodoquena. A descrição é de um trecho da trilha do Rio Salobra, onde paredões de 90 a 100 metros de altura escondem um pedaço do céu e abraçam quem olha.

Lá nasce o Salobra, afluente do Rio Miranda, que corre entre as pedras e não precisa de filtro para ter uma paleta de cores límpidas. Turistas podem entrar no parque e atravessá-lo navegando em canoa ou fazendo trilha que alterna caminhada fora e dentro d'água.

Canoagem - Embora liberada pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que administra o parque, a canoagem ainda não tem operadores ativos no parque. Mas, a partir do dia 3 de agosto, terá uma empresa ofertando o atrativo de forma inédita.

Preparação dos caiaques para a canoagem (Foto: Divulgação/Vanzella Turismo)
Preparação dos caiaques para a canoagem (Foto: Divulgação/Vanzella Turismo)
Caiaques terão dois lugares (Foto: Divulgação/Luiz Gil)
Caiaques terão dois lugares (Foto: Divulgação/Luiz Gil)

O passeio tem duração de três a quatro horas e não exige condicionamento físico avançado. Ele consiste em navegar por um caiaque com dois lugares, que flui calmamente pelo rio. O curso d'água não tem correnteza e nem grande profundidade.

O maior esforço, que não é esforço nenhum, é contemplar a variedade de paisagens e animais presentes no local. Entre os bichos, estão peixes, aves e mamíferos. Destaque para as famosas piraputangas da região, os peixes piau-três-pintas e cascudo, a lontra, urubu-rei e a harpia – uma das maiores águias do mundo, que de vez em quando dá o ar da graça aos visitantes.

É possível navegar de canoa em qualquer época do ano. Para encontrar o rio com maior nível, a data perfeita fica entre fevereiro e julho. Para curtir o rio mais raso, no período de estiagem, dá para agendar entre agosto e outubro.

O Salobra fica mais cheio no período chuvoso, que começa no fim de novembro e vai até janeiro. Porém, nesse período, é preciso ir com mais cautela e verificar se é seguro se aproximar dos cânions, devido ao risco de desmoronamentos pós-chuvarada.

Trilha - A trilha pelo Rio Salobra está disponível desde 2021 para visitantes. Atualmente, possui 3 quilômetros, mas ganhará mais 1,5 quilômetro de extensão em alguns meses.

Não é preciso ser trilheiro experiente para fazer o passeio. Em geral, não há muitas subidas e descidas, exceto na borda do rio. O nível de dificuldade dela é classificado como intermediário. Está inclusa parada para mergulho no Salobra.

Paredão mais baixo, coberto de vegetação (Foto: Divulgação/Ricardo Moreira)
Paredão mais baixo, coberto de vegetação (Foto: Divulgação/Ricardo Moreira)

Além da trilha que passa por esse rio, há também a opção de fazer a trilha passando pelo Rio Perdido, também dentro do parque. O que há de mais interessante em ambas, é observar a floresta da Mata Atlântica, que destoa da vegetação dos biomas Cerrado e Pantanal predominantes em Mato Grosso do Sul.

Trecho do Salobra indicado para mergulho (Foto: Divulgação/Jessica Gomes)
Trecho do Salobra indicado para mergulho (Foto: Divulgação/Jessica Gomes)

Público - Tanto a canoagem quanto a trilha não são indicados para crianças menores de 10 anos. Já a acessibilidade para pessoas com limitações temporárias ou deficiências físicas precisa ser consultada junto aos condutores habilitados ao passeio.

Conforme as regras do parque, cada grupo conduzido é limitado a 10 pessoas. Para interligar um passeio ao outro, a partir de 2 de agosto, será necessário verificar roteiros junto aos condutores credenciados.

Região é rochosa (Foto: Divulgação/Jessica Gomes)
Região é rochosa (Foto: Divulgação/Jessica Gomes)

Como comprar - O parque é público e o passeio não é cobrado pelo ICMBio. O turista desembolsa o pagamento pela condução, que é particular.

A visita só poderá ser feita com a presença de um condutor credenciado junto ao instituto para receber e guiar turistas na área do parque. A lista de quem são e os contatos pode ser acessada aqui.

O próprio visitante pode acessar o sistema de agendamento aqui e escolher a data. Os horários disponíveis são das 8h às 17h. Os portões abrem todos os dias.

Os valores das trilhas já existentes variam de R$ 80 a R$ 200, de acordo com a administração. Cada condutor define seu preço e o que está incluso no passeio. Já o preço da canoagem ainda não foi divulgado pela empresa que irá ofertar.

Como chegar - O Parque Nacional da Serra de Bodoquena abrange os municípios de Bodoquena, Porto Murtinho, Bonito e Jardim. São aproximadamente 76,5 mil hectares de área total.

Para chegar à entrada do parque saindo da capital, Campo Grande, pelas estradas e rodovias, o acesso é pela BR-262, seguindo até Miranda e, de lá, pegando a MS-339 até Bodoquena.

Mais informações poderão ser conseguidas junto à administração do parque,  no email parna.bodoquena@icmbio.gov.br ou telefone (67) 3255-3979.

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