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Diversão

Carnaval ganhou novo significado de representatividade para Bruno

Jovem, de 28 anos, foi convidado a desfilar em bateria para representar pessoas com Síndrome de Down

Aletheya Alves | 24/04/2022 08:09
Jovem, de 28 anos, participou pela primeira vez do Carnaval. (Foto: Arquivo pessoal)
Jovem, de 28 anos, participou pela primeira vez do Carnaval. (Foto: Arquivo pessoal)

Aos 28 anos, Bruno Santos da Cunha viu pela primeira vez, pessoalmente, como é um desfile de escolas de samba em Campo Grande. Mais do que como telespectador, em sua estreia no Carnaval, o jovem foi convidado a desfilar na bateria de uma das escolas para representar pessoas com Síndrome de Down e gravar mais um marco em sua história.

“Eu não fiquei nervoso, fiquei muito feliz. Agora quero Carnaval de novo”, contou sobre a experiência de passar pela avenida no samba como integrante da bateria da Unidos do Aero Rancho. Bruno, que trabalha como assessor de gabinete, toca na banda da Associação Juliano Varela desde 2007, mas explica que ser convidado para participar de um novo grupo foi emocionante.

Acostumado a tocar bumbo e caixa, ele recebeu uma fantasia e um tamborim para entoar o samba-enredo “ Braços são Aços, Rodas Coração; Direito e Inclusão” e não se desapontou. Mãe de Bruno, Maria Donizete Fernandes dos Santos, de 49 anos, detalha que, para todos, a participação do filho foi só orgulho.

Bruno integra a banda da Associação Juliano Varela desde 2007. (Foto: Arquivo pessoal)
Bruno integra a banda da Associação Juliano Varela desde 2007. (Foto: Arquivo pessoal)

Pega de surpresa, a mãe narra que tudo aconteceu muito rápido e com as emoções intensificadas. “Eu estava meio receosa porque ele nunca tinha desfilado na avenida, mas quando eu vi ele tocando, fiquei feliz demais”, diz.

Assim como para Bruno, Donizete explica que a participação no Carnaval destaca mais uma vez a importância de oportunizar ações de representatividade. “Eu estou fazendo isso, acompanhando e apoiando meu filho, também para que outras mães possam ter a coragem de fazer o que tô fazendo hoje. Se você não levar e não apresentar, as pessoas nunca vão saber do que eles são capazes. Você tem que ir, representar”, argumenta.

De acordo com Donizete, ver pessoas com Síndrome de Down conquistando cada vez mais espaço significa comemorar que a história de até alguns anos atrás segue sendo transformada. “Na minha época, 28 anos atrás, eles eram chamados de mongol. O médico não dava expectativa de vida, tanto que quando ele nasceu, o médico disse que ele não ia viver até os quatro anos. Então precisamos mostrar tudo isso”.

Tema importante - Neste ano, a escola de samba Unidos do Aero Rancho se apresentou com todas as suas alas dedicadas à representatividade e inclusão. O desfile contou com um baile de gala inclusivo com cadeirantes, intérprete de libras, destaque às Paraolimpíadas e, claro, a apresentação de Bruno entre os integrantes da bateria.

Já com os desfiles encerrados, a apuração dos votos para eleger a escola vencedora deste ano ocorre neste domingo (24), no Horto Florestal.

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