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Taioba surpreende em estudo e pode ser "bomba' de nutrientes bons

Planta é rica em ferro, cálcio, vitaminas, fibras e sais minerais; saiba como consumir para não se intoxicar

Por Natália Olliver | 10/09/2025 10:38

Você conhece a Taioba? Um estudo feito pela engenheira de alimentos Cláudia Leite Munhoz e mais quatro pessoas destacou que a planta não convencional traz mais benefícios para a saúde do que se imaginava. A pesquisadora do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) conta que as folhas em formato de coração são extremamente ricas em ferro, cálcio, potássio, magnésio, zinco, cobre e vitaminas A e C. Além disso, é uma ótima fonte de fibra.

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Estudo do IFMS revela benefícios da taioba para a saúde. Pesquisadores desenvolveram muffins com farinha da planta, rica em ferro, cálcio, potássio e vitaminas, comprovando seu alto valor nutricional. A secagem da folha não tóxica foi feita com secadora solar, tornando-a farinha para uso em panificados.Especialistas alertam para a diferença entre a taioba mansa, comestível após cozimento, e a taioba brava, tóxica. A mansa possui folhas compridas, macias e flexíveis, enquanto a brava tem folhas duras e talo roxo. O consumo da taioba brava pode causar inchaço na garganta e asfixia devido à alta concentração de oxalato de cálcio. A planta, nativa da América do Sul, pode ser refogada ou usada em bolos, tortas e charutinhos.

Ela conta que o estudo foi feito antes da pandemia, mas que só agora conseguiu publicar o artigo científico, que inclusive foi parar na Brazilian Journal of Food Technology. Para provar a tese, a engenheira, junto aos colegas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), fez bolinhos, ou melhor, muffins.

“Os bolinhos que tinham a farinha de Taioba aumentaram o teor nutricional em comparação aos que tinham só a farinha. Então a gente percebe que o produto feito usando a Taioba tem presença de mais minerais e que é benéfico para a saúde, além das fibras que a gente usa ali para o trato intestinal.”

O processo incluiu a secagem da folha não tóxica usando uma secadora solar. A máquina foi fruto do trabalho de mestrado da professora de física Márcia Helena Ribeiro. O assunto já foi tema do programa Globo Rural.

“A gente pegou as folhas desses vegetais, secou e fez uma farinha. Em Minas Gerais as pessoas consomem Taioba com mais frequência. Aqui nem tanto, muitas pessoas não sabem que ela é comestível. E aí a ideia era usar na forma de farinha e inserir em alimentos panificados, tipo biscoito, bolinho e aí, no caso, a gente trabalhou com bolinhos.”

Taioba surpreende em estudo e pode ser "bomba' de nutrientes bons
Secagem solar da taioba foi parte do processo para fazer farinha e bolinhos (Foto: Claudia Munhoz)

Mas afinal, você sabe reconhecer uma folha de Taioba?

A pesquisadora alerta que nem todas são comestíveis e se separam entre a taioba brava (tóxica) e a mansa (própria para consumo desde que seja fervida). Ou seja, comer a planta crua não é recomendado.

Em 2017 o Lado B já trazia os benefícios da planta que, longe do convencional, começou a ser usada em receita de bolo e até de caldos. Márcia Chiad, empresária que já cultiva a planta, ensina como consumir.

“Ela tem semelhança com plantas ornamentais e tóxicas, por isso é importante aprender a identificar e consumir as maravilhas que elas trazem para a gente. Muita gente confunde as folhas da Taioba com as do inhame. No último caso, a gente só consome os tubérculos porque as folhas são tóxicas. O primeiro detalhe é que a folha do inhame não é aberta até o talo. Além do tamanho e formato. A da Taioba é em formato de coração.”

No vídeo, a empresária explica detalhadamente a diferença para você não consumir a planta errada.

“Na borda da folha tem uma linha que circula toda ela, isso é uma característica dela. A terceira característica são as nervuras da folha, que são um pouco amareladas. Se ver os três itens, é 99% de certeza de que está consumindo a certa. A folha é muito esverdeada, tem muita clorofila. Existem outros tipos de Taioba, mas toda Taioba precisa ser cozida antes de consumir. Ela precisa passar no azeite bem quente na hora do preparo. Muita gente teve péssimas experiências consumindo ela pura, porque dá coceira na garganta”, conta.

A planta pode ser refogada como uma couve. Aliás, Márcia conta que o sabor da Taioba é um misto de couve e espinafre. Ela também é usada para fazer bolo, torta e charutinho.

Cláudia completa que a diferença entre a taioba mansa e a brava está nas folhas e na aparência. Na mansa, as folhas são compridas, macias e flexíveis. Já na brava, as folhas são duras, cortantes e fibrosas. O problema está na grande concentração de oxalato de cálcio, que pode desencadear inchaço na garganta e a sensação de asfixia. Ela também tem o talo roxo, coisa que a mansa não tem.

Apesar de a planta ser nativa da América do Sul, ela ocorre naturalmente em alguns pontos do litoral brasileiro e do interior de alguns estados. A planta pode atingir dois metros de altura, e as folhas chegam a 80 centímetros de comprimento.

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