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Lado Rural

Área destinada à soja cresce 6%, mas clima será desafio aos produtores

Em meio à estiagem, aumento no território deve gerar até 13,9 milhões de toneladas para a safra 2024/2025

Por Gustavo Bonotto e Mylena Fraiha | 13/09/2024 19:40
A consultora Tamires Azoie, Jorge Michelc (Aprosoja), Rogério Beretta (Semadesc) e Fábio Caminha (Famasul) durante a apresentação da estimativa. (Foto: Juliano Almeida)
A consultora Tamires Azoie, Jorge Michelc (Aprosoja), Rogério Beretta (Semadesc) e Fábio Caminha (Famasul) durante a apresentação da estimativa. (Foto: Juliano Almeida)

A área destinada ao plantio da soja na próxima safra deve crescer 6%, chegando a 4,5 milhões de hectares no território sul-mato-grossense, de acordo com a Aprosoja (Associação Estadual dos Produtores de Soja), que apresentou, no fim da tarde desta sexta-feira (13), a estimativa para o próximo ano.

O aumento no território deve gerar até 13,9 milhões de toneladas da oleaginosa, 13,2% a mais que na safra de 2023/2024, onde foram produzidas 12,3 toneladas. No entanto, um dos desafios dos agricultores será o clima.

Nas duas últimas safras, o fim do vazio sanitário - período onde o plantio é suspenso para controle de pragas - começou mais tarde. A entidade espera uma redução significativa nas chuvas entre os meses de setembro a abril com a presença do fenômeno La Niña, que torna incerta a pluviosidade na região Centro-Oeste.

"O produtor sul-mato-grossense investe e algumas áreas estão com perda de matéria orgânica devido às queimadas, ou falta de chuva. Estamos passando por uma estiagem prolongada e mesmo com a autorização do plantio a partir de agora, pouco será aproveitado. Isso reflete em todas as culturas, seja de cana ou de eucalipto", destacou o diretor-executivo da Famasul, Fábio Caminha.

Fábio espera um cenário melhor, a partir do retorno das chuvas, em outubro. (Foto: Juliano Almeida)
Fábio espera um cenário melhor, a partir do retorno das chuvas, em outubro. (Foto: Juliano Almeida)

As mudanças climáticas também terão impacto no custo de produção, seja com despesas diretas ou indiretas no meio agrícola. A estimativa da entidade coloca o preço dos sacos entre R$ 120 a R$ 130, onde cada hectare produziria 50 sacos ao preço de R$ 5.987,24.

"Teremos uma força a partir de outubro. Sabemos que o produtor não quer arriscar. Temos desafios e não podemos errar. Nossa safra sofre com quedas e sabemos que a retração no preço impacta nos custos de produção. Nos agarramos em um ano com um cenário melhor, seja no milho ou na soja", finalizou Fábio.

Para Rogério Beretta, secretário-executivo da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o Governo do Estado tem atuado de forma firme nos incêndios florestais que estão assolando Mato Grosso do Sul. "Estamos acompanhando, essa coisa que está acima da média, fora da realidade. Acreditamos que a correção do solo e o investimento em tecnologia pode recuperar esses espaços de produtores afetados".

Falando em áreas atingidas, produtores terão condições de crédito para refazer as pastagens. Segundo Beretta, a linha terá carência maior e juros de 6% ao ano. "Aprovamos em reunião no último dia 10. Queremos atender aqueles que tiveram prejuízos, e obviamente, minimizar os impactos econômicos".

Linha de crédito foi apresentada pelo secretário-executivo da Semadesc, Rogério Beretta. (Foto: Juliano Almeida)
Linha de crédito foi apresentada pelo secretário-executivo da Semadesc, Rogério Beretta. (Foto: Juliano Almeida)

Vale lembrar que, em 2024, Mato Grosso do Sul ocupa a 4ª posição na produção nacional de soja, com mais de 14 milhões de toneladas produzidas. A hegemonia da produção de soja dentre as culturas plantadas no Estado tem reflexos nacionais.

Em relação à área plantada e à área colhida, o estado apresentou o valor de 3,8 milhões de hectares para ambas variáveis. Em 2023, a produção de soja no Estado (14.193.250 de toneladas) foi 66,2% maior que o ano anterior (8.538.611 toneladas). Na comparação com 2013, o aumento foi de 145%. Mato Grosso continua com a maior produção nacional, sendo responsável por 29,1% de toda a soja colhida do país.

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