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Lado Rural

Dobradinha milho-sorgo pode reduzir riscos na segunda safra

Os dois cereais têm janelas e ciclos diferentes de plantio. Produtor deve se planejar e garantir sementes

Por José Roberto dos Santos | 10/11/2023 12:05
Área cultivada com milho consorciado com sorgo granífero. (Foto: Divulgação)
Área cultivada com milho consorciado com sorgo granífero. (Foto: Divulgação)

A escassez de chuvas e/ou precipitações irregulares no Brasil Central entre setembro e outubro foram suficientes para ligar o sinal de alerta entre os produtores brasileiros. Sem condições ideais de cultivo em sequeiro, muita gente teve de atrasar a entrada da soja (safra de verão), o que, em princípio, poderia comprometer a segunda safra caso se levasse em conta apenas o cultivo do milho. No entanto, a possibilidade de uso do sorgo granífero após a colheita da soja plantada mais tardiamente, pode reduzir sensivelmente este risco, funcionando como uma espécie de “esteio” ou “seguro” para o agricultor, abrindo a possibilidade de maior rentabilidade para todo o sistema.

Como o sorgo tem um ciclo menor de cultivo (alguns necessitam de 20 dias a menos do que o milho) e menos necessidade de água no solo (até metade, dependendo da semente), ele tornou-se opção ao produtor em situações em que o milho, em plantio mais tardio, pode ser comprometido por uma escassez hídrica ou frio intenso (geadas).  Isso se consolidou fundamentalmente nas últimas safras graças ao avanço tecnológico da cultura do sorgo no Brasil e também aos cuidados e ajustes de manejo por parte do produtor.

Willian Sawa, diretor-executivo da Latina Seeds (empresa de desenvolvimento, produção e comercialização de sementes de milho e sorgo), avalia as opções e tendências tanto para a pecuária quanto para a agricultura: “Os pecuaristas do Brasil Central estão preocupados em fazer uma boa safra de milho e sorgo para garantir volume suficiente de silagem de planta inteira (volumoso energético) tendo assim o que oferecer ao gado nos meses secos de inverno”.

Já para quem está focado na produção de grãos na safrinha, Sawa, que é uma das lideranças do Movimento + Sorgo, entende que a dobradinha dos cereais tem tudo para assegurar rentabilidade ao agricultor: “As áreas ‘do cedo’ da soja na safra de verão, darão lugar à safrinha de milho de alta performance. Já onde houve atraso considerável na semeadura da soja, o sorgo granífero ou sorgo palhada são as opções”.

Avanço da soja em MS

Em Mato Grosso do Sul até na data de 3 de novembro, a área plantada de soja acompanhada pelo Projeto Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio) alcançou 62,0%.  Conforme boletim do serviço de informação, a região sul está com o plantio mais avançado, com média de 64,9%, enquanto a região centro está com 58,3% e a região norte com 54,4% de média. A área plantada até aquela data é de aproximadamente 2,644 milhões de hectares.

A porcentagem de área plantada na safra 2023/2024, encontra-se inferior em aproximadamente 5,4 pontos percentuais em relação à safra 2022/2023, para a data de 3 de novembro.

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