ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
OUTUBRO, DOMINGO  12    CAMPO GRANDE 24º

Lado Rural

Estiagem severa atinge MS e La Niña deve agravar cenário até dezembro

Fenômeno climático pode manter chuvas irregulares e temperaturas acima da média em Mato Grosso do Sul

Por Gustavo Bonotto | 12/10/2025 17:11
Estiagem severa atinge MS e La Niña deve agravar cenário até dezembro
Lavoura de soja cultivada há poucos dias no lado sul de Campo Grande, em área ocupada tradicionalmente por pecuária. (Foto: Arquivo/José Roberto dos Santos)

A estiagem se intensificou nas regiões leste, bolsão e norte de Mato Grosso do Sul durante o mês de setembro, conforme o Boletim Casa Rural divulgado pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul). O relatório mostra que 62 das 64 estações meteorológicas monitoradas registraram chuvas abaixo da média histórica. A causa principal é a influência do fenômeno La Niña, que apresenta 71% de probabilidade de ocorrer entre outubro e dezembro deste ano, segundo o modelo climático CPC/IRI.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

A estiagem se intensificou em Mato Grosso do Sul durante setembro, com 62 das 64 estações meteorológicas registrando chuvas abaixo da média histórica. O fenômeno La Niña tem 71% de probabilidade de ocorrer entre outubro e dezembro, segundo o modelo climático CPC/IRI.O Boletim Casa Rural, divulgado pela Famasul, indica que a maioria das regiões teve entre 0 e 20 milímetros de chuva, com algumas áreas registrando até 30 dias consecutivos sem precipitação significativa. Apenas Aral Moreira apresentou volume acima da média, com 149 milímetros acumulados, 39% superior ao esperado.

O levantamento, elaborado em parceria com o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) e o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), confirma que o Estado atravessou um dos meses mais secos do ano. Em grande parte do território, o volume de chuva variou entre zero e 20 milímetros. O boletim também destaca que algumas localidades tiveram entre 20 e 30 dias consecutivos com precipitação inferior a 1 milímetro, situação que prejudicou a umidade do solo e atrasou o início do plantio da soja.

Entre os 64 pontos monitorados, apenas Aral Moreira apresentou volume de chuva acima da média, com 149 milímetros acumulados: 39% a mais do que o esperado para o período. As demais regiões apresentaram déficit hídrico acentuado, especialmente o norte, bolsão e leste do Estado. O índice SPI (Índice Padronizado de Precipitação), usado para medir a intensidade da seca, variou entre -1,3 e -1,6 nessas áreas, valores que indicam estiagem de nível severo. Em contrapartida, o Pantanal registrou SPI positivo, o que significa chuvas acima da média nas escalas de três, seis e doze meses.

O boletim ressalta que, apesar da variação entre as regiões, o padrão climático aponta para irregularidade nas chuvas nos próximos meses. A previsão do Copernicus, sistema europeu de monitoramento climático, indica que os volumes devem permanecer ligeiramente abaixo da média histórica no sudeste e centro do Estado. O Inmet prevê que, entre outubro e dezembro, o acumulado fique entre 400 e 500 milímetros na maior parte do território, mas com forte oscilação de intensidade entre municípios vizinhos.

A tendência é de que o trimestre seja também mais quente que o normal. As temperaturas médias devem variar de 24°C a 26°C, podendo chegar a 28°C no noroeste e cair para 22°C no extremo sul. O Cemtec alerta que a combinação de calor e baixa umidade aumenta o risco de incêndios e evaporação da água em áreas agrícolas, o que pode comprometer o desenvolvimento inicial das lavouras.

Segundo os técnicos da Famasul, a presença do La Niña tende a reduzir o volume de chuvas regulares no Centro-Oeste. O fenômeno, caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico Equatorial, modifica a circulação de ventos e o transporte de umidade da Amazônia para o restante do país. Em Mato Grosso do Sul, esse padrão costuma provocar estiagens intermitentes, maior amplitude térmica e atraso nas primeiras precipitações da primavera.

Receba as principais notícias do Estado pelo celular. Baixe aqui o aplicativo do Campo Grande News e siga nas redes sociais: Facebook, Instagram, TikTok e WhatsApp.