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Lado Rural

Vermifugação em bovinos reduz em até 50% os prejuízos causados por parasitas

Controle eficiente das verminoses é importante ferramenta para evitar perdas econômicas na propriedade

Por José Roberto dos Santos | 11/06/2024 16:00
Bovinos da raça nelore criados a pasto em propriedade rural; raça é menos suscetível ao ataque de carrapatos, mostra estudo. (Fto: Divulgação/Bimeda)
Bovinos da raça nelore criados a pasto em propriedade rural; raça é menos suscetível ao ataque de carrapatos, mostra estudo. (Fto: Divulgação/Bimeda)

A vermifugação desempenha um papel fundamental na produção e na saúde de rebanhos de corte e de leite. Alinhando o manejo correto a produtos de qualidade, o produtor é capaz de reduzir os prejuízos econômicos causados por esses parasitas na atividade.

Segundo o médico-veterinário, Guilherme Ito, o pecuarista deve estar atento a questões sanitárias das propriedades, entendendo o tema como de extrema importância, tendo em vista o impacto econômico das verminoses em bovinos. “Existem estudos que mostram o impacto das verminoses, mas ressaltamos, principalmente, os nematoides, que, segundo pesquisas, são os parasitas com o maior impacto nos rebanhos”, explica Ito.

Uma das pesquisas mostra que, no Brasil, dos cerca de US$ 14 bilhões por ano de prejuízos econômicos causados pelos parasitas dentro das fazendas, metade do valor, ou seja, US$ 7 bilhões, são somente em decorrência de vermes.

Por não serem visíveis com tanta facilidade, como outros parasitas, as verminoses acabam passando despercebidas pelo produtor, o que resulta na falta de um controle adequado nos animais. De acordo com o médico-veterinário, a principal forma de prevenção é o estabelecimento de datas estratégicas para a vermifugação do rebanho. “Geralmente monta-se calendários e essas aplicações ocorrem, estrategicamente, pensando no ciclo do parasita, época do ano e na idade dos animais”.

Outro ponto destacado pelo médico-veterinário é o diferencial obtido com o uso de tecnologias. “As fazendas mais tecnificadas são capazes de desenvolver um programa sanitário bem estabelecido e eficiente, visto que possuem mais informações e uma detecção precoce de verminoses. Já fazendas menos tecnificadas tendem a não montar protocolos sanitários, realizando o manejo dos animais e a vermifugação conforme percebem a necessidade, o que leva a um diagnóstico tardio de doenças”, explica.

Régua do carrapato

Estudo publicado este ano pela Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande (MS), estima em 3,2 bilhões de dólares/ano os prejuízos provocados pelos carrapatos à economia do país. Esse quadro se agrava com a introdução de raças taurinas e seus cruzamentos na composição racial de bovinos no país pela demanda de raças mais produtivas para atender às demandas do mercado internacional na próxima década, gerando rebanhos mais sensíveis aos carrapatos.

O artigo discute o impacto econômico da infestação pelo carrapato do boi, ancorando-se em dados da literatura e nos resultados de pesquisa deste grupo. O carrapato do boi, ectoparasito que tem o bovino como principal hospedeiro, alimenta-se do sangue do animal, na fase parasitária, momento das maiores perdas econômicas.

A infestação em raças taurinas mais produtiva causa impacto na produtividade do rebanho gerando a necessidade de um controle estratégico associado a políticas públicas para gerenciar esse gargalo.

Para comparar as raças, foi elaborada uma “régua do carrapato” mostrando que, na raça nelore (zebuína), os prejuízos ficam abaixo e, na raça brangus (taurina), ficam acima dos limites econômicos. As análises realizadas levaram à conclusão de que: o investimento em genética mais produtivo deve levar em conta que o controle estratégico beneficia o desempenho produtivo e econômico das propriedades; a resistência dos carrapatos aos acaricidas merece um monitoramento adequado; há demandas por práticas e formas de controle mais sustentáveis, sem produtos químicos, como o controle por meio do Sistema Lone Tick (sistema de controle sanitário sem uso de acaricidas) para garantir a sustentabilidade.

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