Animais do "livro vermelho" do Ibama voltam a ser vistos em florestas de MS
Antes na lista dos animais silvestres ameaçados de extinção, espécies como a onça-pintada e o tatu-canastra voltaram a ser vistas com maior regularidade na região leste do Estado, onde estão concentradas florestas de eucalipto destinadas à fabricação de celulose.
O fenômeno já era esperado, explica o presidente do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Roberto Gonçalves. “Em 2008 o Estado promoveu a isenção do licenciamento ambiental para o plantio de florestas comerciais, mas em áreas degradadas, justamente para promover a recuperação”, explica.
Como contrapartida à isenção, as empresas de celulose que se instalaram no entorno isolaram Áreas de Preservação Permanente (APP’s) e de Reserva Legal. “Um ambiente propício para permanência destes animais, que encontram alimentos e refúgio nas floretas plantadas”, acrescenta.
Somente nas áreas de arrendamento da Eldorado, uma das empresas que se instalou na região em 2008, foram identificadas 27 diferentes espécies de mamíferos, aponta levantamento da Casa da Floresta Assessoria Ambiental. “Ali existem exemplares de 75% do total de espécies de mamíferos de médio e grande porte encontrado no Estado, e 27 deles estão dentro das fazendas”, aponta o diretor da Casa da Floresta, Klaus Duarte Barretto.
Enquanto fazia o monitoramento da fazenda Bela Vista Otobonni, em Inocência, o supervisor de Silvicultura da Eldorado recebeu a foto de um tatu-canastra. “Neste caso, José Antônio da Silva, morador da fazenda, foi quem me enviou”, conta.
Historicamente, a região era dominada por pastos degradados, mas a substituição por florestas plantadas, associada a reservas e matas nativas, têm auxiliado para a conservação da biodiversidade regional.