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Meio Ambiente

Após virar “sertão”, Rio Perdido se revela em imagens de tirar o fôlego

Nascentes já são protegidas; desafio é rumo à foz, em trecho após Parque da Serra da Bodoquena

Por Maristela Brunetto | 11/09/2025 11:49


RESUMO

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O Rio Perdido, que nasce em Bonito (MS), impressiona pela beleza natural com suas águas cristalinas, cachoeiras e matas virgens. Durante expedição do programa Cabeceiras do Pantanal, realizada pelo Instituto do Homem Pantaneiro (IHP), foram registradas imagens que evidenciam a preservação do curso d'água. Apesar do cenário positivo nas nascentes, onde proprietários adotaram medidas de proteção, o rio enfrenta desafios em seu percurso de 280 quilômetros. Após o Parque da Serra da Bodoquena, técnicos identificaram pontos de assoreamento e erosão, demandando atenção especial para a preservação deste importante berçário de espécies aquáticas do bioma Pantanal.

Águas cristalinas, cachoeiras, trechos profundos, matas virgens e uma cor que fica entre o verde e o azul turquesa. O Rio Perdido, que nasce em Bonito, merece um título de rio cênico, diante da beleza estonteante. Imagens recentes captadas durante mais uma etapa do programa Cabeceiras do Pantanal, desenvolvido pelo IHP (Instituto do Homem Pantaneiro), reafirmam os atributos do curso d'água.

Uma missão percorreu de caiaque o Perdido em diferentes trechos dos seus 280 quilômetros, constatando que, embora haja preservação em boa parte, ele ainda tem pontos que exigem cuidados e proteção, rumo à foz.

A região das nascentes, em Bonito, mostrou que a conscientização funcionou. Proprietários passaram a protegê-las, revertendo danos pretéritos. Até um ponto que era utilizado para trilhas de jipeiros foi revertido e passou a ser protegido. A condição alcançada é considerada um “case” de sucesso pelo presidente do IHP, Ângelo Rabelo.

Após virar “sertão”, Rio Perdido se revela em imagens de tirar o fôlego
Rio Perdido em trecho da Serra da Bodoquena, onde segue seguro, com matas virgens e protegidas (Fotos: Lauro Kesley/ IHP)

O rio leva o nome de Perdido porque em determinado momento ele deixa de correr a olhos vistos e se embrenha em rochas, em um sumidouro e reaparece adiante, em uma cavidade, seguindo rumo ao sul, até desembocar no Rio Apa, que por sua vez segue para o Paraguai.

Após o trecho plenamente protegido do Parque da Serra da Bodoquena, com matas ciliares virgens e fragmentos de Mata Atlântica, é que surgem as preocupações, alerta o biólogo do IHP, Sérgio Barreto. No ano passado, o monitoramento chegou a ver pontos tomados por bancos de areia, com o rio “virando sertão”, drama verificado em outros cursos d’água na região de Bonito e Jardim.

Ele lembra que “ameaças importantes” seguem por ali, como a ausência de vegetação nas margens e processos erosivos e de assoreamento. Para mapear a situação, além do uso de caiaque, ele e outros técnicos também seguiram em veículos e valeram-se de drones e de geoprocessamento.

Muitas cachoeiras embelezam o curso do Perdido e cumprem função essencial para a natureza, sendo locais de reprodução e berçário de peixes, com cardumes de dourados, piraputangas e pintados, por exemplo. Além disso, há muitos animais silvestres em seu entorno, como grandes felinos.

Embora os rios da região sejam lembrados pela beleza e pelo potencial turístico, o IHP destaca a relevância deles para o bioma Pantanal. O IHP cita especificamente a reprodução de espécies e a biodiversidade que os rios reúnem. Barreto observa que há uma expansão no turismo em trechos do rio Perdido e é preciso fazer um alerta para que a atividade seja explorada de forma responsável.

Após virar “sertão”, Rio Perdido se revela em imagens de tirar o fôlego
Visto de cima, o Rio Perdido, em trecho no município de Caracol, em 2024
Após virar “sertão”, Rio Perdido se revela em imagens de tirar o fôlego
Não faltam cachoeiras ao longo do RIo Perdido




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