Aterro para onde vai todo o lixo da cidade tem só mais 3 anos de "vida"
Quando encerrado o Dom Antônio Barbosa II, os resíduos devem ser levados para o aterro Erêguaçu
Aberto em 28 de novembro de 2012, o aterro sanitário Dom Antônio Barbosa II, na saída para Sidrolândia, deve funcionar por mais três anos, portanto até 2021. Segundo o Consórcio CG Solurb, que venceu licitação para gestão dos resíduos sólidos em Campo Grande, o atual aterro tem licença de operação válida até junho de 2021.
“Portanto, temos no mínimo três anos de operação no atual local de disposição final. Em relação ao novo aterro estamos em fase de estudos preliminares para licenciamento”, informa a empresa por meio de e-mail à reportagem.
A previsão era de vida útil de cinco anos, mas houve aumento do período de operação com alteração de projetos na Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano). Quando encerrado o Dom Antônio Barbosa II, os resíduos devem ser levados para o aterro Erêguaçu, que conforme o contrato de 2012, deve ter área mínima de 50 hectares.
Conforme plano técnico datado de 2013, a previsão de vida útil era de sete anos, com capacidade para 1.701.562,58 metros cúbicos de volume de resíduos. O aterro deu fim a um lixão a céu aberto que perdurou por 30 anos.
De acordo com a engenheira sanitária ambiental, Ana Paula Silva Teles, que é professora da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), a expectativa é que a vida útil de um aterro seja de dez anos, mas o período depende de cada projeto e o fixado em contrato.
“A recomendação, de acordo com as normativas, é vida útil de pelo menos 10 anos. Mas depende de cada projeto, do que o município tem gerado em média e a quantidade que o aterro vai poder receber. A população tende a crescer e é importante que esteja preparado para comportar”, afirma Ana Paula.
Ela explica que quando um aterro deixa de funcionar, prossegue passando por análises para monitoramento das águas subterrâneas. No entorno, é cultivada uma “cortina verde”, formada por um cinturão de árvores.
Conforme a especialista, ao chegar ao aterro o caminhão é pesado para saber a quantidade do material. Na sequência, é disposto no aterro e compactado. O material recebe coberturas intermediárias até a cobertura final com terra e grama.
“O aterro é uma forma de disposição final adequada, conforme estabelece a política nacional de resíduos sólidos. Precisa pensar na coleta seletiva como forma de reduzir a quantidade de resíduos e encaminhar apenas rejeitos”, diz Ana Paula.
Seletiva – Protagonista de sucessivas campanhas e planos, a coleta seletiva enfrenta dificuldades. Conforme reportagem de setembro do ano passado, ínfimos 2% dos resíduos sólidos domiciliares são vendidos como recicláveis.
Na ocasião, levantamento feito pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) apontou que somente o setor coberto pela coleta seletiva tem geração total de 301 toneladas por dia. Mas, depois de passar pela triagem, apenas 6 toneladas “escapam” de ser enterradas no aterro sanitário. Ao todo, a cidade produz, em média, 800 toneladas por dia.