Cartão-postal da Capital, paineiras são "tomadas" por formigueiros
Em trechos das avenidas Ricardo Brandão e Fernando Correa da Costa, árvores "sofrem" com formigas e tempo seco
Famoso cartão-postal da Capital, as paineiras das avenidas Ricardo Brandão e Fernando Correa da Costa têm preocupado os "vizinhos" nos últimos meses. Visivelmente, as árvores estão sofrendo com a falta de atenção e o ataque de formigas.
No trecho entre as ruas José Antônio e Joaquim Murtinho, várias árvores exibem formigueiros no pé do tronco. O problema foi notado pelo funcionário de uma distribuidora de suplementos, Alexandre Serejo, que trabalha na região. “Ali é um ambiente fresco, que dá para ficar e aproveita. Só que notamos que começou a ter bastante formiga quando fomos sentar por ali".
Impressionado com o tamanho dos formigueiros, Alexandre acredita que algum inseticida resolveria o problema. "Sei que tem veneno que dá para acabar com isso. Acho que a Prefeitura poderia dar uma olhada nisso".
A gerente de uma loja de motos, Karen Sanches, também notou que houve um aumento na quantidade de formigueiros. Segundo ela, sua loja, que fica na esquina entre a Avenida Fernando Correa da Costa e a Travessa Junin, também tem apresentado formigas com uma certa frequência.
“Faz tempo que aqui enche de formiga. Não posso deixar nem um pacotinho de biscoito que enche de formiga. Não sei se tem relação com os formigueiros, mas pode ser", comenta a gerente.
A preocupação com a saúde das árvores também é frequente entre quem passa por ali diariamente. Em Campo Grande, a florada das paineiras acontece por volta de abril e março. Segundo Karen, nesse período, o local vira um cartão-postal e sempre atrai fotógrafos curiosos. "Na primavera, fica lindo. Tem vezes que o pessoal para o carro no meio da rua, para tirar foto ou pegar muda da árvore".
Já na esquina entre a Avenida Ricardo Brandão e a Rua Bahia, há uma paineira seca. Entretanto, de acordo com bióloga e superintendente de fiscalização e gestão ambiental da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), Gisseli Giraldelli, as paineiras podem perder suas folhas em algumas épocas do ano.
"Essa espécie em específico ela é caducifólia, ou seja, uma espécie que a depender das condições climáticas, ela perde as folhas e fica parecendo que está morta. Exemplo disso é o ipê", explica Gisseli.
A superintendente da Semadur também considera improvável que a morte das paineiras esteja associada aos formigueiros, especialmente em árvores adultas. "Elas podem morrer, mas não necessariamente em relação aos formigueiros. Inclusive, acho difícil que essa morte tenha relação com esses formigueiros. Uma árvore adulta é muito difícil ter problema com formigas, a não ser que tenha algum fungo associado".
Medidas de conservação - Importante ressaltar que a Prefeitura não trata todas as árvores da mesma forma. De acordo com Gisseli, o foco está nas árvores notáveis, aquelas que são protegidas por legislação específica.
Para exemplificar, Giraldelli menciona programas anuais voltados para o cuidado específico das árvores notáveis na Avenida Afonso Pena e na Avenida Mato Grosso. “Temos um programa anual que faz os cuidados específicos são voltados a árvores que são patrimônio e são tombadas. Elas têm o status de imunidade de corte. Lá na Ricardo Brandão e Fernando Correia, nós não temos essa paineiras como patrimônio. A grande maioria delas foram transplantadas ali e seguem uma rotina normal delas".
Segundo Gisseli, a questão do controle de formigas não se enquadra nas atribuições da Semadur, mas sim da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos). "Essa atividade a gente não tem controle, nós temos somente a gestão da arborização e fazemos a avaliação periódica. Mas não chegou para nós nenhum pedido e nenhuma nenhuma ocorrência de que haveria paineiras mortas".
A Semadur também informa que até o momento não havia sido cientificada quanto ao estado fitossanitário de algumas árvores localizadas na Avenida Ricardo Brandão e que a partir desta informação, será encaminhada fiscalização no local para vistoria e avaliação dos indivíduos arbóreos.
A reportagem também tentou contato com a Sisep para saber se alguma medida será tomada em relação aos formigueiros. Entretanto, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. O espaço segue aberto.
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