Confusão entre polícia e catadores deixa feridos e 4 presos no lixão
Quatro catadores foram presos durante a confusão – com direito a tropa de choque, bomba de efeito moral e balas de borracha – no fechamento do lixão, em Campo Grande. A reposta policial veio após a primeira tentativa dos trabalhadores impedirem a entrada de dois caminhões da CG Solurb, empresa que venceu licitação bilionária e agora é responsável pela coleta de lixo.
De acordo com a Defensoria Pública, foram presos Rodrigo Leão Marques,conhecido como Carioca; Éder Cirilo; José Welmar; e Flávio Juninho de Morais. José foi ferido no queixo e Flávio, no pé.
A assessora da Defensoria, a jornalista Carla Gavilan, caiu durante a confusão e se machucou. A defensora Olga Lemos Cardoso de Marco recolheu as balas de borracha e disse que vai processar a empresa CG Solurb por dano moral e tortura.
De acordo com Olga, os policiais disseram que levariam os feridos para a farmácia, mas o destino foi o camburão. Uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) está em frente ao lixão. Os bombeiros entraram no local.
Conforme o major Adilson Macedo, a polícia interveio porque os catadores não poderiam ter impedido a entrada dos caminhões. Ele afirma que as balas de borracha foram para dispersar os catadores. Agora, toda vez que os catadores se aglomeram, a polícia investe com cavalos. Os trabalhadores apedrejaram um caminhão da coleta.
No começo da manhã desta terça-feira, os policiais e a Guarda Municipal estavam do lado de fora. O acordo era esperar os 20 trabalhadores, que entraram meia-noite, saírem após a comercialização dos materiais recicláveis. No entanto, outros catadores continuaram a entrar e a polícia também entrou no lixão.