Décimo terremoto do ano em MS “sacode” Bonito nesta 3ª feira
Centro de Sismologia da USP mostra baixa magnitude, mas suspeita é que o centro foi "raso"
Um forte estrondo e tremor de terra “sacudiu” Bonito, a 297 km de Campo Grande, na manhã desta terça-feira (dia 3). O relato de moradores é que os tremores aconteceram tanto na área urbana, quanto na zona rural do município.
RESUMO
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Bonito, município turístico de Mato Grosso do Sul, registrou seu segundo tremor de terra do ano nesta terça-feira. O sismo, de magnitude 1.7 na escala Richter, foi o décimo registrado no estado em 2025. Moradores relataram um forte estrondo e tremor, tanto na área urbana quanto rural. Apesar da baixa magnitude, o tremor foi percebido devido à pouca profundidade do hipocentro, segundo Edna Maria Facincani, professora da UFMS. A atividade de mineradoras na região levanta suspeitas entre os moradores, que questionam a relação entre as explosões realizadas pelas empresas e os tremores. A Polícia Militar Ambiental afirma que as mineradoras possuem licença ambiental para implosões. Especialistas, no entanto, descartam a possibilidade de o tremor ter sido causado por detonação. A preocupação com o impacto da mineração no meio ambiente e no turismo local é crescente. Além de Bonito, outros municípios como Sonora, Miranda, Rio Negro, Ponta Porã e Corumbá também registraram tremores de terra em 2025.
De acordo com o Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo), a magnitude do terremoto foi de 1.7 MLv (Magnitude Local vertical, também da escala Richter). É o décimo sismo registrado em 2025 no Estado.
“Meu Deus do céu. Tremeu tudo aqui. As crianças saíram correndo, assustadas”, afirma Yolanda Prantl, do Coletivo Unidos Serra da Bodoquena, grupo que atua em defesa do meio ambiente. Ela estava no Instituto Família Legal, no Bairro BNH.
A região é marcada pela atividade de mineradoras, com relatos frequentes de explosões.
“Falei com a PMA [Polícia Militar Ambiental] e disseram que essas empresas de mineração têm licença ambiental para implodir, que foi feito um estudo”, diz Yolanda.
Noutro relato, o morador conta que estava a 18 km de Bonito, na MS-382, quando escutou o estrondo forte. “Foi um tremor fora do comum”, diz Marc Laurent Zayas Colas. Ele é turismólogo e sócio proprietário da Fazenda Iguassu.
“A mineração está chegando com muito vigor na região, sem muitos problemas para se instalar. A região toda já foi prospectada, se não haver uma regulamentação da atividade será o fim de Bonito”, lamenta
Moradora que estava na Biblioteca Municipal de Bonito conta que a vibração ressoou a estrutura toda.
Conforme a professora Edna Maria Facincani, da Faculdades de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo e Geografia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), existe sismo por detonação, mas a propagação da onda no sismograma é diferente. “Quando é de detonação e quando é de sismo. Esse não é por detonação. Esse é sismo mesmo”.
Apesar da baixa magnitude, as pessoas perceberam o tremor, diferente dos demais casos do ano. “ Quando o hipocentro é muito raso, as pessoa sentem”, diz a pesquisadora.
A média da profundidade do hipocentro é em torno de 5 km de profundidade para Mato Grosso do Sul.
Neste ano, o Estado registrou dez tremores de terra, sendo o segundo em Bonito. Antes, a terra tremeu por lá em 19 de abril. Os demais municípios são Sonora, Miranda, Rio Negro, Ponta Porã e Corumbá.
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