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Meio Ambiente

Estudo em nascentes mostra que Córrego Imbirussu é o mais poluído da Capital

Nenhum outro leito d'água da Capital tem tantas nascentes em degradação e poluídas

Por Lucia Morel | 12/12/2023 16:13
Nascente degradada e com muita sujeira no entorno. (Foto: Pesquisa UEMS)
Nascente degradada e com muita sujeira no entorno. (Foto: Pesquisa UEMS)

Sem ser o maior leito d'água de Campo Grande ou mesmo a bacia hidrográfica com a maior densidade populacional, o Córrego Imbirussu, que toma conta da região oeste da Capital, é o mais poluído da cidade. São cinco de 18 nascentes em nível alto de degradação. Nenhum outro córrego ou rio analisado pelo projeto “Água para o Futuro” tem tantas nascentes nessa situação.

O projeto é encabeçado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul contou com a parceria da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) que realizou as pesquisas em 96 nascentes de dez leitos de água da Capital. A responsabilidade dos dados é dos professores Vinícius de Oliveira Ribeiro e Edwaldo Henrique Bazana Barbosa, engenheiro ambiental e geógrafo, respectivamente.

A bacia do Imbirussu ocupa uma área de 11.920 hectares. Seu comprimento total é de 24,74 km em área especialmente urbana até desaguar no Rio Anhanduí. Ela abrange diversos bairros e seu entorno é densamente povoado, como cita parte da pesquisa da UEMS.

Muito lixo acumulado em uma das nascentes do Imbirussu. (Foto: Pesquisa UEMS)
Muito lixo acumulado em uma das nascentes do Imbirussu. (Foto: Pesquisa UEMS)

“A área da bacia é composta por alguns canais de drenagem, que abrangem dentro do perímetro urbano cinco bairros (José Abrão, Panamá, Popular, Nova Campo Grande e Núcleo Industrial) e parte de sete outros bairros (Nasser, Santo Amaro, Santo Antônio, Sobrinho, Taveirópolis, São Conrado e Caiobá) além da área rural fora do perímetro urbano”, relata o levantamento.

As cinco nascentes analisadas e encontradas em estado de alerta alto são no bairro Santo Amaro e assim como em outras bacias analisadas pelo projeto, a arborização aumentou, mas isso não foi suficiente para restaurar o leito d'água. Todas as nascentes identificadas como degradas permitem acesso direto e não são protegidas por nenhum tipo de barreira ou cerca.

A primeira delas fica na Avenida José Barbosa Rodrigues, entre a Avenida Florestal e a rua Bacaba; a segunda entre a Travessa do Café Suave e a Avenida Dom Antônio Barbosa; a terceira na Avenida José Barbosa Rodrigues, entre as ruas Presidente Rodrigues Alves e Américo Brasiliense. A quarta nascente está na Avenida José Barbosa Rodrigues, entre as ruas Presidente Café Filho e Presidente Delfin Moreira; e a última mais degradada na Avenida José Barbosa Rodrigues, entre as ruas Tamer Geleláite e Amélia Geleláite Mônaco.

Todas apresentam basicamente os mesmos problemas: acesso fácil sem obstáculos ou cercamento; acúmulo de resíduos sólidos no entorno; invasão da espécie exótica leucena; e por fim, ausência de vegetação arbórea densa na totalidade do raio de 50 metros das nascentes.

Mais uma nascente em risco de aumento de degradação. (Foto: Pesquisa UEMS)
Mais uma nascente em risco de aumento de degradação. (Foto: Pesquisa UEMS)

Vale lembrar que para a avaliação, os pesquisadores levaram em conta seis itens para identificar a gravidade da degradação: ausência de isolamento com cercas; invasão por leucena; ausência ou insuficiência de vegetação nativa; presença de resíduos sólidos; processos erosivos; e por fim, possível lançamento de efluente sanitários. Os locais em alerta alto estão com três ou quatro desses itens presentes.

Por fim, a presença da leucena é extremamente prejudicial porque a espécie está "inserida na lista das 100 piores espécies invasoras do mundo, onde atualmente tem sido reconhecida como invasora agressiva e causadora da perda de biodiversidade, com ameaça destacada às ilhas oceânicas, como Havaí, Galápagos, Fiji, Indonésia, Filipinas”, cita a pesquisa.

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