Governos querem levar à COP30 exemplos de integração no Pantanal
Encontro destacou pagamento por serviços, mercado de carbono e novas legislações

Após a manhã de debates da Pré-COP30 (30ª Conferência das Partes sobre Mudança do Clima) Pantanal, realizada nesta terça-feira (30) em Campo Grande, representantes dos estados e especialistas reforçaram a importância de integrar preservação ambiental e instrumentos econômicos para dar escala às soluções já existentes no bioma.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Representantes dos estados e especialistas reforçaram a importância de integrar preservação ambiental e instrumentos econômicos durante o Pré-COP30 Pantanal, realizado em Campo Grande. O evento busca apresentar soluções existentes no bioma para a COP30, que acontecerá em Belém. Os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso destacaram iniciativas como a Lei do Pantanal, o Fundo do Clima e programas de financiamento para serviços ambientais. A expectativa é que a COP30 transforme em políticas concretas a união entre produção, preservação e instrumentos econômicos.
A diretora executiva da COP30, Ana Toni, destacou que o Brasil precisa mostrar ao mundo a diversidade de biomas e soluções locais. “A COP é o lugar mais apropriado para dar visibilidade a essas iniciativas. Não podemos ficar apenas no debate subjetivo, é preciso olhar para os instrumentos econômicos, como fundo clima, mercado de carbono, taxonomia e fundos estaduais, e dar escala a eles”, afirmou.
- Leia Também
- Carta do Pantanal cita Manoel de Barros para defender preservação do bioma
- Pré-COP30 reforça necessidade de equilibrar produção e preservação no Pantanal
Para ela, três marcas devem ser o legado do encontro mundial: fortalecimento multilateral, valorização dos biomas e integração entre preservação e economia.
O governador Eduardo Riedel (PP) citou ações de Mato Grosso do Sul como exemplo de resultados práticos. “Temos a Lei do Pantanal, o Fundo do Clima e programas de financiamento para serviços ambientais. Também criamos mecanismos de pagamento a produtores e cadeias mais eficientes para reduzir emissões. É um trabalho conjunto do público e do privado, e ambos precisam estar presentes”, disse.

Renato Casagrande, governador do Espírito Santo e presidente do Consórcio Brasil Verde, lembrou que, apesar das negociações ocorrerem entre governos centrais, a implementação depende de estados e municípios. “As pré-COPs garantem que biomas além da Amazônia também tenham voz. Em Belém, cada estado vai apresentar ações concretas, e no caso do Pantanal, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso vão levar legislações e iniciativas conjuntas.”
Alex Sandro Marega, secretário adjunto de Meio Ambiente de Mato Grosso, defendeu a integração na prática. “Um incêndio em MT pode atingir MS e vice-versa. A gestão precisa ser conjunta, tanto para combater o fogo quanto para captar recursos e replicar boas práticas.”
Já Artur Falcette, secretário-executivo de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, ressaltou o esforço de seis meses de trabalho participativo para elaborar propostas ao governo federal.

“Queremos apoio para modernizar a política ambiental e proteger instrumentos como as cotas de reserva legal e o pagamento por serviços ambientais. Esperamos que o presidente Lula sancione o Estatuto do Pantanal para consolidar uma legislação federal que reconheça o bioma como o mais preservado do mundo”, afirmou.
As falas apontam para um consenso: a COP30, marcada para novembro em Belém, precisa transformar em políticas concretas a união entre produção, preservação e instrumentos econômicos, com estados e municípios atuando na linha de frente.
Painéis técnicos e políticos à tarde
A programação segue à tarde, a partir das 14h, com o painel “Mudanças Climáticas e Biodiversidade”, que terá a participação do secretário adjunto de Meio Ambiente de Mato Grosso, Alex Sandro Marega, dos pesquisadores Thiago Copolla e Walfrido Moraes Tomas, ambos da Embrapa Pantanal, e de João Paulo Franco, da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

A mediação será de Fabio Bolzan, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). Na sequência, às 15h15, o painel “Técnico-Político: Financiamento Climático e Meios de Implementação” discutirá caminhos para financiar a transição justa no Pantanal.
Participam Artur Falcette, secretário-adjunto da Semadesc, Alexandre Bossi, da SOS Pantanal, e Maria Netto, do iCS (Instituto Clima e Sociedade), com mediação de Renato Roscoe, do Instituto Taquari Vivo. O encerramento está previsto para as 16h30, com a apresentação dos resultados e encaminhamentos consolidados na Carta do Pantanal.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.