Imagens mostram população de jacarés só em 'pele e osso' no Pantanal de MS
Bióloga diz que jacarés estão sendo monitorados e a população não deve alimentar esses animais
Vídeo gravado na Estrada Parque, região do Passo da Lontra, em Corumbá, ganhou repercussão nesta quinta-feira (26) e indignou a população da região. Nas imagens aparecem jacarés em “pele e osso”, como descrito por morador. A região passa por um período de pouca chuva, porém a diretora operacional do GRETAP/MS (Grupo de Resgate Técnico Animal) alerta para os riscos de alimentá-los.
A médica veterinária, bióloga e professora da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Paula Helena Santa Rita, explica que esse grupo de animais está sendo monitorado e que intervenções são realizadas somente em casos extremos.
“A gente só faz uma intervenção direta devidamente autorizada, quando estamos trabalhando com uma espécie que está em via de extinção, jacaré no Pantanal tem uma grande população e anualmente sofrem esse tipo de pressão e faz parte da evolução do grupo inclusive”, afirma.
A bióloga ainda diz que animais como esses, do grupo dos répteis, têm uma capacidade muito grande de suportar situações de seca extrema. Também é dito que as imagens que geram comoção não são novidade. Há um tempo o grupo chegou a intervir em outra situação, próximo dali, e a bióloga pontua a diferença entre as ocorrências.
“Havia um grupo de animais no corredor de gado. Então o que a gente fez na época foi aumentar o fluxo de água e fim. Fizemos um aporte nutricional básico com proteína animal suplementada e não tocamos nos animais [..] Quando nós saímos pegamos a Estrada Parque e esse local é um recurso hídrico não só de jacarés. Como ainda tínhamos proteína nós fornecemos com a suplementação vitamínica. Só que nós fomos para atender os animais desta propriedade porque eles estavam em deslocamento”, relata.
Apesar do susto ao ver os jacarés nessa situação, a veterinária ressalta a importância de não alimentar esses animais. “Muitas vezes fazemos a ação sem a atenção midiática justamente para que a população não ache que possa encher a carroceria de proteína animal, inclusive descarte de frigorífico e ir lá nutrir esses animais”, explica, ressaltando que a ação é proibida.
Paula ainda finaliza comentando sobre a importância da conscientização da população para as causas ambientais. “Quando falamos de conservação animal é o todo, então você não vai conseguir resolver o problema animal uma vez por semana lá indo jogar a proteína animal para eles, você precisa tratar o todo”, destaca.
