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Meio Ambiente

Lei prevê liberação de pesca na Lagoa Itatiaia depois de estudo ambiental

Medida ainda depende de sanção do prefeito Marquinhos Trad

Kleber Clajus | 10/08/2018 17:38
Morador pescando na lagoa Itatiaia em Campo Grande.  (Foto: Arquivo)
Morador pescando na lagoa Itatiaia em Campo Grande. (Foto: Arquivo)

Lei aprovada por vereadores, nessa semana, pretende impedir a pesca na Lagoa Itatiaia, em Campo Grande, até emissão de laudo ambiental técnico. A medida ainda depende de sanção do prefeito Marquinhos Trad (PSD) para valer.

O vereador Eduardo Romero (Rede), autor da proposta, afirma que a lei vai além do veto à pesca na lagoa. Segundo ele, a medida cria um programa de conservação ambiental para levantar dados científicos sobre fauna, flora e os impactos que a liberação da pesca poderá causar no local.

"Ela é uma lagoa quase autossuficiente e não temos informações técnicas sobre prejuízos ou não da pesca, que constitui um ato de lazer a ser valorizado e ambientalmente planejado porque cria processos iniciais de erosão [nas margens]", pontuou Romero.

Há quase quatro anos, o ex-prefeito Gilmar Olarte (sem partido) vetou projeto de proibição alegando que este restringiria cidadãos que "até mesmo pela condição financeira, não tem condições de levar até a sua mesa um alimento que possa nutrir a fome de seu semelhante".

Moradores como o empresário Carlos Davalo, 57 anos, lamentaram tal agressão contra um patrimônio natural de Campo Grande. A nova proposta, contudo, traz de volta as pesquisas científicas e a esperança de normativas para uso do espaço como lazer. Outro ponto por ele lembrado diz respeito a necessidade de pavimentação de ruas no entorno da lagoa para que se evite seu assoreamento, como já identificado por alunos de escola municipal próxima.

Na avaliação do engenheiro ambiental e mestre em tecnologias ambientais, Antônio Carlos Silva Sampaio, estudo é preciso para que se volte a liberar a pesca dentro de determinadas condições e mesmo se é viável continuar pescando na lagoa, uma vez que a presença das pessoas nas margens gera degradação que pode afetar a reprodução dos peixes.

A nova lei prevê ainda monitoramento ambiental por meio de parcerias entre a prefeitura, iniciativa privada e instituições de ensino. Há, inclusive, sugestão para que a lagoa seja inserida no Propam (Programa de Parceria Municipal), a fim de ter seu entorno conservado por empresas que estariam autorizadas a colocar anúncios publicitários no local.

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