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Meio Ambiente

Ministério Público investiga lama que Rio Verde despeja no Prata

O curso de água sofre com desmatamento e assoreamento em Jardim

Por Aline dos Santos | 21/10/2024 10:49
Rio da Prata corre sujo por lama após o encontro com o Rio Verde. (Foto: Lauro Keslley)
Rio da Prata corre sujo por lama após o encontro com o Rio Verde. (Foto: Lauro Keslley)

A lama que o Rio Verde despeja no Prata, em Jardim, será investigada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em um inquérito exclusivo. A decisão foi tomada na última sexta-feira (18) pelo promotor Allan Carlos Cobacho do Prado.

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito para investigar a contaminação do Rio da Prata, que está sendo afetado pela lama do Rio Verde, em Jardim. O promotor Allan Carlos Cobacho do Prado solicitou a apuração das causas do turvamento das águas do Prata, que é um destino turístico famoso por suas águas cristalinas. O Rio Verde enfrenta problemas graves de desmatamento e assoreamento, impactando diretamente o ecossistema local e contribuindo para a degradação do Rio Miranda. A situação é considerada crítica, e ações emergenciais são necessárias para mitigar os danos ambientais na região.

“Para melhor apuração dos fatos, requer a instauração de novo inquérito civil tendo como objeto apurar as causas do turvamento e sujidade das águas do Rio da Prata após o desemboque do seu afluente Rio Verde”, informa o promotor.

Até então, os relatórios sobre os danos ambientais estavam dentro de inquérito do MPMS sobre turvamento e seca do Rio da Prata. Agora, serão dois procedimentos: um exclusivo sobre a interrupção do fluxo hídrico em parte do Rio da Prata e o segundo para averiguar “turvamento e lameamento das águas do Rio da Prata após o desemboque do seu afluente Rio Verde”.

Notícia por “sujar” o Prata, famoso corpo hídrico que atrai turistas para Bonito e Jardim, o Rio Verde sofre com desmatamento e assoreamento.

Os dois rios se juntam no município de Jardim, mas num ponto distante dos atrativos turísticos do Prata, afamado pelas águas cristalinas. Quando a lama veio em localidades turísticas, como em 2018, houve forte reação, diante do grave dano ambiental. Mas o rio vermelho, que segue correndo do Verde para o Prata se tornou um problema crônico.

“Realmente, o Rio Verde tem um problema grave de mata ciliar, mau uso do solo, assoreamento, processos erosivos. É importante que a gente tenha um olhar para o Rio Verde, que impacta diretamente o Rio da Prata e o Rio Miranda. Alguma coisa precisa ser feita de forma emergencial porque esses danos são muito graves para a bacia do Rio Miranda”, explicou o biólogo Sérgio Barreto, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro).

Os sedimentos que vêm pelo Verde deságuam no Prata e são carregados para o Miranda, rio que enfrenta acelerado processo de assoreamento. Todos estão na região hidrográfica do Paraguai.

Sem uso turístico, longe dos olhos das pessoas, o Verde demorou a ter os passivos ambientais identificados.

Na última quinta-feira (17), a reportagem questionou o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) sobre fiscalização a danos ambientais no Rio Verde e aplicação de multas, mas não recebeu resposta até a publicação da matéria.

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