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Meio Ambiente

Ministro visita fazenda de MS e garante verba para recuperar do Rio Taquari

Compromisso foi fechado com o governador Reinaldo Azambuja e prevê uso de multas para subsidiar ações contra assoreamento

Humberto Marques | 04/06/2019 16:15
Salles (terceiro da esquerda para a direita), em homenagem recebida durante a passagem por MS; compromisso é de anunciar verbas para o Taquari nesta quarta-feira. (Foto: Divulgação)
Salles (terceiro da esquerda para a direita), em homenagem recebida durante a passagem por MS; compromisso é de anunciar verbas para o Taquari nesta quarta-feira. (Foto: Divulgação)

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deve anunciar nesta quarta-feira (5) o aporte de recursos financeiros para a primeira fase de recuperação e preservação da bacia do Rio Taquari, em Mato Grosso do Sul. O compromisso foi firmado em encontro no fim de semana entre Salles e o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), acompanhada também por integrantes da administração estadual e representantes de produtores rurais, na Base Aérea de Campo Grande.

Durante a passagem pelo Estado, que teve como ponto de encontro o Recinto Ecológico Caiman, em Miranda – estendendo entre sábado (1º) e domingo (2)–, e que foi ciceroneada pelo empresário Roberto Klabin (do SOS Mata Atlântica), Salles também sobrevoou as regiões dos Rios Formoso e da Prata, em Bonito e Jardim, a fim de conhecer as origens do turvamento das águas dos chamados rios cênicos, e também teria se comprometido a buscar soluções para preservação .

O valor total dos recursos a serem aportados, que até aqui não foi divulgado, também será apresentado pelo ministro, na presença do presidente Jair Bolsonaro, durante ato do projeto “Juntos pelo Araguaia”, em Barra do Garças (MT), a partir de projeto a ser encaminhado pela Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

A verba viria da conversão de multas ambientais devidas à União, a partir de edital que será publicado pelo Ministério do Meio Ambiente –semelhante aos processos já adotados em bacias hidrográficas como a do Rio São Francisco, no qual os infratores fecharam acordos de pagamento com desconto.

O projeto do governo estadual também inclui linhas de crédito subsidiadas aos produtores afetados pela degradação. As intervenções ocorrem tanto no Alto Taquari, na região de Coxim, como no Baixo, no Pantanal de Corumbá, com ações de recuperação de solo e mata ciliar, dragagem do leito e ações ambientais.

Produtores da região lutam há 35 anos pela recuperação do Taquari, afirma Luciano Leite. (Foto: Arquivo)
Produtores da região lutam há 35 anos pela recuperação do Taquari, afirma Luciano Leite. (Foto: Arquivo)

Em janeiro, Reinaldo e Salles discutiram em Brasília o projeto de recuperação do Taquari, com a expectativa de destinar parte dos R$ 6 bilhões previstos em negociação de multas.

Vistorias – Secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável e presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Leite esteve no encontro com Salles ao lado de vários produtores da região pantaneira. Segundo ele, caberia à Semagro apenas enviar detalhes ao Ministério para formatar o apoio ao projeto de revitalização do Taquari.

“Saímos satisfeitos (da reunião) pelo que nos foi apresentado. São 35 anos de luta pelo Taquari, que tem hoje 1,5 milhão de hectares submersos onde se criavam 500 mil vacas. E que, hoje, temos o problema com 350 famílias sem acesso via rio ou terra por conta do assoreamento”, destacou Leite. Segundo ele, em sua estada no Pantanal, Ricardo Salles fez vários sobrevoos ao longo das áreas alagadas do Taquari e na Serra da Bodoquena.

Considerado o maior desastre ambiental de Mato Grosso do Sul, o assoreamento do Taquari transformou um rio antes navegável em uma larga lâmina d’água. O secretário corumbaense lembra que o problema teve início com a ocupação desordenada da região de Planalto durante o governo militar.

Bonito e Jardim – Desde o encontro entre Reinaldo e Salles, a recuperação do Rio Taquari vinha sendo tratada como “prioridade absoluta” pelo ministro, que se comprometeu a buscar soluções de “horizonte de aplicação bastante curto”. Em Brasília, na segunda-feira (3), eles voltaram a tratar do tema, incluindo também as questões ambientais de Bonito e Jardim no roteiro de ações.

Acompanhado do titular da Semagro, Jaime Verruck, Ricardo Salles sobrevoou os rios Formoso e da Prata, recebendo um diagnóstico da situação e medidas adotadas para conter os impactos ambientais, como o decreto que prevê regras mais rígidas para ocupação do solo.

“O ministro participou de várias reuniões técnicas, com a presença do Imasul, Polícia Militar Ambiental e organizações não governamentais, e nos assegurou apoio e liberação de recursos para implementarmos essas ações”, afirmou Verruck.

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