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Meio Ambiente

MS terá oficina técnica e base da Defesa Civil para enfrentar a seca no Pantanal

Ação busca alinhar medidas contra estiagem com estados e municípios no Pantanal; oficina será em Campo Grande

Por Mylena Fraiha | 27/07/2025 17:09
MS terá oficina técnica e base da Defesa Civil para enfrentar a seca no Pantanal
Imagem aérea de pasto queimado contrasta com a seca dos alagados nos incêndios florestais de 2024 (Foto: Arquivo/Gustavo Figueiroa)

Mato Grosso do Sul é um dos dez estados que irão receber a oficina técnica e uma base de atuação temporária do governo federal, por meio da Defesa Civil Nacional, para enfrentar os impactos da seca no Pantanal. As oficinas estão previstas para ocorrer em Campo Grande a partir desta semana.

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Mato Grosso do Sul receberá oficinas técnicas da Defesa Civil Nacional para combater a seca no Pantanal. A ação integra o Plano Nacional de Enfrentamento à Estiagem Amazônica e Pantanal (PNEAP/2025) e visa alinhar estratégias federais com as ações locais. Nove estados da Amazônia Legal também participam da iniciativa. O Pantanal enfrenta seca extrema, com impacto em 17% do bioma, segundo o Inpe. A área alagada reduziu 61% em relação à média histórica. O PNEAP busca coordenar ações preventivas e de assistência, incluindo monitoramento, ajuda humanitária, logística e cuidados de saúde. O plano visa otimizar recursos e antecipar o transporte fluvial de suprimentos, reduzindo a dependência do transporte aéreo, mais caro.

A ação é coordenada pela Defesa Civil Nacional, vinculada ao MIDR (Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional), e integra o PNEAP/2025 (Plano Nacional de Enfrentamento à Estiagem Amazônica e Pantanal).

As oficinas têm como objetivo alinhar as ações propostas pelo Governo Federal com as iniciativas já adotadas por estados e municípios. “Como se trata de um plano nacional, essa etapa das oficinas é muito importante para que o planejamento dos órgãos federais tenha conexão com a realidade local. A ideia é alinhar as ações para que o plano tenha coerência”, afirmou o coordenador-geral de Gerenciamento de Desastres da Defesa Civil Nacional, Rafael Félix.

Além de Mato Grosso do Sul, outros nove estados da Amazônia Legal também receberão equipes técnicas: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. No Pará serão duas bases, e no Amazonas, três. Em todos os casos, as estruturas serão montadas em prédios federais ou estaduais já existentes.

A missão conta com agentes de órgãos do SIFPDEC (Sistema Federal de Proteção e Defesa Civil), treinados para conduzir reuniões técnicas e oficinas, com capacidade de articulação interinstitucional e conhecimento do sistema.

O Pantanal enfrenta um dos períodos mais críticos dos últimos anos. Em 2024, a estiagem extrema intensificou queimadas, que atingiram 2,6 milhões de hectares - cerca de 17% do bioma, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

O cenário é agravado pela perda da superfície de água. Levantamento do MapBiomas aponta que, em março deste ano, o Pantanal registrou apenas 366 mil hectares de áreas alagadas, o que equivale a 2% do território e representa uma redução de 61% em relação à média histórica.

“Desde a última cheia, em 2018, o bioma enfrenta secas prolongadas. Em 2024, a seca extrema intensificou a ocorrência e a propagação de incêndios”, explica Eduardo Rosa, da equipe MapBiomas Água.

Diante dos riscos, o governo federal propôs o PNEAP (Plano Nacional de Enfrentamento à Estiagem Amazônica e Pantanal) foi criado para estruturar ações coordenadas e antecipadas ao período crítico de seca nas duas regiões.

Ele é baseado no PAI (Plano de Ação Integrada) e tem como diretriz o planejamento conjunto entre órgãos federais, estaduais e municipais, integrando áreas como defesa civil, saúde, assistência social, preservação ambiental e logística.

Entre os principais eixos do PNEAP estão: monitoramento, com acompanhamento hidrológico e meteorológico; assistência humanitária, voltada ao atendimento emergencial das populações atingidas; logística, para transporte e armazenamento de insumos antes do colapso dos rios; proteção e saúde, com fornecimento de insumos médicos e estratégias para comunidades isoladas; e governança, responsável pela coordenação entre os órgãos do SIFPDEC e pela comunicação integrada.

Segundo Rafael Félix, o plano também busca reduzir custos e tornar a resposta mais eficiente. “Nos últimos anos, comunidades só puderam ser atendidas por via aérea, o que encareceu as ações. Com o PNEAP, conseguimos antecipar a entrega por via fluvial, antes que os rios sequem, garantindo abastecimento e economia”, destacou.

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