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Meio Ambiente

No verão, chuvas podem ser insuficientes para reverter seca em MS

Em cidades como Campo Grande, choveu -745 milímetros que o normal para o ano

Por Cassia Modena | 19/12/2024 10:55
Rio Perdido, um dos mais afetados pela seca no Estado. A imagem foi feita em junho deste ano (Foto: Divulgação/Polícia Militar Ambiental)
Rio Perdido, um dos mais afetados pela seca no Estado. A imagem foi feita em junho deste ano (Foto: Divulgação/Polícia Militar Ambiental)

Falta pouco para a estação mais quente do ano chegar. Em Mato Grosso do Sul, o verão começa às 5h20 deste sábado (21).

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O verão em Mato Grosso do Sul começa em 21 de dezembro, trazendo a promessa de chuvas abundantes para amenizar a seca atípica que afeta a região Centro-Oeste e o Sudeste. No entanto, a previsão indica incerteza e irregularidade nas precipitações, com variações significativas entre diferentes localidades. Embora esperadas temperaturas acima da média, o déficit hídrico acumulado pode persistir, mesmo com chuvas dentro da média, devido à irregularidade da distribuição da água. A possível ocorrência do fenômeno La Niña também influenciará o regime de chuvas.

Além de muito calor, o maior volume de chuvas do ano é esperado no período, contribuindo, principalmente, para encher os rios, favorecer a produção agrícola e reverter a seca que atinge de forma atípica o Estado e as regiões Centro-Oeste e Sudeste como um todo.

Porém, a chuva pode não atender às expectativas e ser irregular durante o verão. A estação termina em 20 de março de 2025.

"A tendência climática indica que há uma grande incerteza em relação à previsão para a precipitação", destaca o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul).

As estações secas chegaram ao fim, mas os reservatórios de água nos rios e no solo seguem enfrentando os efeitos da escassez hídrica. "Importante ressaltar que, mesmo com o retorno das chuvas, elas devem ocorrer de maneira irregular. Essa irregularidade pode dificultar a recuperação das condições hídricas da região", continua o Cemtec.

Diferenças regionais - Meteorologista do centro, Vinícius Sperling dá exemplo dessa irregularidade comparando o quanto choveu entre Ribas do Rio Pardo, Água Clara e Três Lagoas nos primeiros 15 dias de dezembro, no pré-verão.

Os valores são 88 milímetros, 137 milímetros e 324 milímetros, respectivamente. Ele aponta "grande variabilidade" para chuvas que ocorreram relativamente perto, já que os três municípios estão localizados na transição entre as regiões centro-leste e leste.

Choveu em Campo Grande pela última vez em 13 de dezembro (Foto: Osmar Daniel)
Choveu em Campo Grande pela última vez em 13 de dezembro (Foto: Osmar Daniel)

Três Lagoas, inclusive, foi um dos sete municípios de Mato Grosso do Sul onde choveu acima do normal na primeira metade desde mês. Os mais abastecidos ficam em pontos diferentes do mapa. A maioria das cidades teve chuva abaixo da média esperada para o período.

"Como as previsões de clima divergem e as chuvas estão ocorrendo de maneira muito irregular, a palavra-chave é incerteza", afirma Sperling.

Deficit anual - A maioria dos municípios pode terminar 2024 em "dívida" com o que é normal chover no acumulado de 365 dias. Somente Campo Grande soma déficit de −745,9 milímetros até a manhã desta quinta-feira (19). O normal é chover 1.455,3 milímetros, conforme a média histórica calculada com dados de 1981 a 2010.

A previsão possível é que os cenários de escassez de chuva permaneçam assim, "com chuvas tendendo abaixo da média de forma geral, mas o que provavelmente vai predominar, é a irregularidade das chuvas", diz meteorologia. Ele acrescenta que "caso chover dentro da média, não será suficiente para reverter esse cenário de deficit hídrico elevado".

Arte: Lennon Almeida
Arte: Lennon Almeida

Temperaturas - Os meses de janeiro, fevereiro e março devem ter calor acima do normal.

Segundo o Cemtec, deve haver períodos acima da média e ondas de calor quando não chover e o céu não tiver nuvens.

O centro indica, ainda, possível ocorrência da La Niña no verão. O fenômeno resfria as águas do Oceano Pacífico e causa mudanças na circulação atmosférica que interferem no regime das chuvas.

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