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Meio Ambiente

"Pantera" entrará em ação para detectar fogo no Pantanal em apenas três minutos

Sistema com câmeras de 360º cobrirão área de quase 500 mil hectares e 300 km, garantindo combate imediato

Lucia Morel | 31/05/2022 16:54
Área abrangida pelas câmeras cobre quase 500 mil hectares e 300 km do Rio Paraguai. (Foto: Reprodução)
Área abrangida pelas câmeras cobre quase 500 mil hectares e 300 km do Rio Paraguai. (Foto: Reprodução)

Cinco câmeras de 360º, quase 500 mil hectares rastreados, 300 km do Rio Paraguai cobertos e o fogo que demorava horas para ser detectado, agora, será visto em apenas três minutos. Tecnologia até então usada apenas em reflorestamentos começa a operar na Serra do Amolar em 8 de junho, para mostrar focos de incêndio rapidamente, garantir ação com agilidade e evitar novos desastres ambientais.

Com aparato instalado no IHP (Instituto Homem Pantaneiro), o projeto chamado "Pantera" promete o combate ao fogo de forma quase que imediata.

“O monitoramento é na Serra do Amolar, cobrindo cinco RPPNs e um Parque Nacional”, disse o diretor do instituto, Ângelo Rabelo. RPPN é Reserva Particular do Patrimônio Natural e as cinco cobertas são: Acurizal, com 13.200 hectares; Penha, com 13.100 hectares; Dorochê, de 26.518 hectares; Rumo Oeste de 990 hectares; Engenheiro Eliezer Batista; e a Fazenda Santa Tereza, com 60 mil hectares.

O alcance de cada câmera é de cerca de 40 km, podendo chegar a 50 km, dependendo das condições do ambiente. As imagens serão transmitidas em tempo real e cobre uma área de quase 500 mil hectares, considerada de difícil acesso. Cada equipamento é mantido via energia solar.

Aeronave levando equipamentos para instalação na Serra do Amolar. (Foto: IHP)
Aeronave levando equipamentos para instalação na Serra do Amolar. (Foto: IHP)

O primeiro equipamento está instalado no Rancho Maracangalha, no Paiaguás, próximo à Escola Jatobazinho; outro no Morro Pelado e, em seguida, na própria Serra do Amolar; quarta câmera está na região do Caracará, no Acurizal e a última, na Torre Dorochê, já próximo Porto Jofre, em Poconé, no Mato Grosso.

A iniciativa da instalação foi da empresa de tecnologia paulista, “Um grau e meio”, que teve patrocínio do conglomerado JBS para a compra do equipamento. A implantação do equipamento começou há cerca de 60 dias e cerca de três toneladas de material “subiram a serra” através de transporte aéreo ou pluvial. Essa logística ficou sob responsabilidade do IHP.

Vamos diminuir muito, quase zerar mesmo a dependência do satélite”, comentou Rabelo, explicando que a identificação de focos de incêndio por este último leva de três a seis horas. “Nessa fase de testes em que estamos, já percebemos que para o combate, essas câmeras representam uma intervenção bem mais rápida. Já é evidente que é mais eficiente”, disse, ao comentar se algum ponto de fogo já foi flagrado pelas câmeras até o momento.

Brigadistas e avião tentam conter chamas que se alastram, em imagem feita em 2020, no Pantanal. (Foto: Prevfogo)
Brigadistas e avião tentam conter chamas que se alastram, em imagem feita em 2020, no Pantanal. (Foto: Prevfogo)

Além disso, o sistema está equipado para ter condições de acionar a brigada mais próxima ao local do incêndio, permitindo o combate mais célere. Até porque o Corpo de Bombeiros e o PrevFogo, do Ibama (Instituto Nacional de Meio Ambiente), ficam em Corumbá.

Para o lançamento, no dia 8 de junho, o IHP já confirmou a presença do presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes) Ricardo Soavinski, além de representantes do Ministério do Meio Ambiente e da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente).

Meta é evitar que o fogo consuma a região como ocorreu nos últimos anos. (Foto: WWF)
Meta é evitar que o fogo consuma a região como ocorreu nos últimos anos. (Foto: WWF)


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